domingo, 21 de outubro de 2012

Porque o PÃO DE ACUCAR se chama PÃO DE ACUCAR



Os cristais formados nos tachos em fôrmas de metal que tinham o formato de um cone invertido pareciam com a montanha do Rio de Janeiro

Os Portugueses que chegaram ao Brasil no século XVI, acreditavam que o morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro fosse uma obra feita pelo homem
Diz a lenda que foi o próprio Padre Anchieta que colocou o nome no morro de "pão de açúcar" pois parecia com cones obtidos no refino do açúcar.

A forma de se produzir açúcar durante a renascença era através da purgação de açúcar ou a antiga maneira de se purgar o açúcar, isto é, separar os cristais formados do melaço, operação característica dos antigos engenhos de açúcar. Nos engenhos, essa separação consistia na colocação da massa cozida obtida nos tachos em fôrmas de metal que tinham o formato de um cone invertido, com um orifício inferior por onde o mel escoava por gravidade.
Charles Landseer circa 1827 Pão de Açucar visto da Estrada Silvester 

Para auxiliar a purga era necessário se manter o açúcar com um grau adequado de umidade, o que se conseguia através da colocação de uma ou mais camadas de barro, ou mesmo de estrume, na parte superior da fôrma, que eram cuidadosamente umedecidas a cada cinco ou seis dias. Essas operações tinham de ser feitas cuidadosamente, pois delas dependia a qualidade final do açúcar. Uma vez escoado o melaço, após um período que podia chegar a um mês, dependendo do clima, os cristais de açúcar estavam aglutinados e eram retirados das fôrmas em blocos que tinham tomado a geometria destas. Ora, isso guardava semelhança com a produção do pão, que também era assado em fôrmas, e assim por analogia, passou-se a denominar de "pão de açúcar" o cone de cristais obtido após a purga.

Philip-Galle-1537


Mas os cones não eram homogêneos quanto à qualidade do açúcar, nem tampouco eram práticos para se embalar e transportar. Assim, uma vez produzidos, eram quebrados, levando-se em conta as camadas mais claras e escuras, que correspondiam a um açúcar mais branco na base do cone e mais escuro em seu ápice. Essa é outra razão para as fôrmas serem cônicas, pois a região da base do cone, de açúcar mais branco, era bem mais volumosa do que a do ápice, onde o açúcar era mais escuro. As regiões do cone que tinham o açúcar mais escuro eram retiradas por intermédio de um facão, em uma operação denominada de "mascavar" e o açúcar escuro era chamado de "mascavado", que também significa "quebrado". O bloco restante de açúcar branco era desfeito com o auxílio de toletes de madeira e era posteriormente colocado em caixas para seu transporte. 


Havia também os açucares especiais, como a base do cone, que cuidadosamente cortada com a espessura de alguns centímetros, era embalada em palha ou couro, ou ainda aparada em formato de cubos, com a finalidade de se presentear. O melaço resultante da purga era enviado novamente aos tachos, onde durante sua concentração era batido com o auxílio de uma escumadeira e originava o açúcar "batido", tanto branco como mascavado. Esse processo é semelhante ao das "batedeiras" das atuais refinarias de açúcar amorfo. Os métodos descritos foram utilizados por centenas de anos, desde o advento da produção de açúcar. Com a invenção da centrifugação, como método de separação dos cristais de açúcar na primeira metade do século XIX, o sistema de se purgar o açúcar por gravidade empregando-se fôrmas foi rapidamente abandonado, tornando-se curiosidades do passado, assim como os vocábulos que se originaram dessas práticas.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

História de Itã - o Homem dos Sambaquis


Mal chegam ao Sambaqui Itã e sua comitiva se alimentam dos mariscos do prospero local
Ano 6700 aC - Um pequeno hominídeo de aproximadamente 1,50m de altura lidera um grupo de caçadores/coletores numa região interior próxima à praia das Cabeçudas, em Santa Catarina (naquela época o nível do mar estava mais alto do que nos dias atuais).

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Itã - O homem do Sambaqui
Podemos chamar este pequeno hominídeo de Itã (concha / pedra polida em Tupi antigo).

Itã avança com um pequeno grupo e encontra um diminuto Sambaqui abandonado em meio a uma rica reserva de moluscos, em uma linda praia. Essa pequena formação de 6 homens liderada por Itã é um grupo avançado que tem o objetivo de explorar os arredores, logo após de terem sido expulsos de um rico sitio a alguns quilômetros dali.

Este Sambaqui parece ter sido abandonado devido a escassez de moluscos, mas com o passar do tempo, deixou de ser um sambaqui exaurido e agora apresenta certa prosperidade.

Itã volta a seu grupo familiar acampado no interior e avisa os cerca de 200 integrantes de sua tribo familiar sobre a sua boa descoberta.

Esta é uma historia fictícia, com base nos últimos resultados de pesquisas arqueológicas que pode bem ter acontecido. Existe no litoral brasileiro e nas foz de grandes rios centenas de sítios arqueológicos de um povo seminômade, que viviam com uma certa organização social nos chamados Sambaquis.

Os Sambaquis (do tupi tamba'kï; literalmente "monte de conchas") encontram-se em toda costa brasileira, também são chamados de concheiros, casqueiros, berbigueiros, Sell Middens, etc. Estes depósitos de material histórico desde cedo chamaram a atenção dos colonizadores, foram visitados pelo Imperador D. Pedro II, exímio naturalista, que por eles se encantou, foram alvos de estudos por parte da Universidade de São Paulo e atraíram a atenção de Paul Rivet, o lendário Diretor do Museu do Homem, e "pai" da moderna Antropologia americana. No litoral sul do Brasil foram estudados pelo arqueólogo João Alfredo Rohr.

Aspecto de um sambaqui

Estes sítios arqueológicos de dimensões monumentais que chegavam a ter até 30 metros de altura serviam de habitação, refugio e até mesmo de cemitério. Durante muito tempo acreditou-se que tratava-se apenas de restos fossilizados de povos antigos, mas estudos recentes indicam que estes montes de concha foram construídos propositalmente.

O estudo destas construções fornece um intrincado material de pesquisa tal qual um quebra-cabeças que nos mostra como foi a vida cotidiana dos homens pré-históricos que habitavam o litoral brasileiro.
Objetos colocados junto aos corpos indicam o ritual funerário - Museu do Homem do Sambaqui - SC

Restos de peixes e moluscos indicam que eles eram pescadores e coletores. "Descobrimos que a maioria dos grupos era sedentária e não nômade, como se pensava antes", diz o arqueólogo Paulo DeBlasis, da Universidade de São Paulo (USP).
A seguir, passo a passo de como os Sambaquieiros faziam os anzóis a partir de um fragmento de osso 

Restos de fogueira e de alimentos indicam que a dieta dos sambaquieiros vinha principalmente do mar. Algumas comunidades já cultivavam vegetais, o que trazia um problema inesperado: em cadáveres de sambaquis do Rio de Janeiro, a alta incidência de cáries pode estar relacionada ao consumo excessivo de mandioca.
Esta estatua de um casal de aves - Zoólito -  indica que os homens do Sambaqui praticavam a arte
A destreza dos sambaquieiros ficou registrada nos zoólitos, esculturas de pedra que representam mais de duas centenas de animais e de figuras geométricas. Em alguns casos, os artesãos caprichavam tanto nas imagens de peixes que é possível até reconhecer a espécie representada

Desde a planície costeira centro-sul de Santa Catarina, entre Passagem da Barra (município de Laguna) e lago Figueirinha (município de Jaguaruna), foram mapeados 76 sambaquis, dos quais 48 já possuem datação.
Utensílios para trabalhos diversos
A diferença de hábitos culturais e alimentares, levou à conclusão de que o sambaqui era obra de uma sociedade distinta daquela dos Tupi-guaranis, que então povoavam toda a região costeira do país. Estudos recentes, sugerem que os sambaquis foram erguidos por povos que viveram na costa brasileira entre 10 mil e 2 mil anos antes do presente.

O levantamento sistemático de sítios de Santa Catarina e datações permitiu identificar padrões de distribuição espacial nos sambaquis da região, quanto ao contexto sedimentar da época de construção, estratigrafia e idade. Desse modo, reconheceram-se nos sítios da região: cinco contextos geológico-geomorfológicos de localização; três padrões estratigráficos; e quatro fases de ocupação sambaquieira baseadas na quantidade de sítios e no tipo de padrão construtivo dominante.

O maravilhoso trabalho realizado pelos pesquisadores do Museu do Homem do Sambaqui Padre João Alfredo Rhor em Florianópolis – SC promete revelar ainda mais segredos sobre a bela historia dos primeiros homens que habitavam nossas terras, muito antes da chegada dos colonizadores.

A lenda da Gruta da Sununga em Ubatuba

A índia Potira se encantou com a serpente da gruta da Sununga

Lendas da Sununga e da Gruta que Chora

A Praia da Sununga e também a gruta chora e despeja suas gotas de água sobre o visitante que grita sempre mexeu com o imaginário de seus visitantes. As lendas que cercam esta gruta tem em comum a figura de uma enorme serpente que emite um estridente barulho - Cyninga em Tupi-Gurani antigo, modificado para Sununga nos dias de hoje significa forte e estridente barulho, talvez o barulho emitido pelo animal mítico.
A primeira lenda da Sununga foi contada pelo historiador Francisco Martins dos Santos em artigo no jornal santista A Tribuna, em 7 de janeiro de 1951, página 17 (2º caderno), com ortografia atualizada nesta transcrição:

A gruta que chora

A casa do Zé do Barro estava cheia de luzes naquela noite morna de agosto. Sanfonas e violas gemiam lá dentro e parecia que toda a gente do Itaguá, do Tenório, da Praia Grande, das Toninhas e dali, da Enseada, comparecera aos fandangos daquele ano.

Os cantadores do Divino já se haviam ido para os lados de Santa Rita, mas o redeiro emendara Folia aproveitando o pretexto.

- Disgraça pôca é bobage... o pêxe tá dando... sêo Macié tá comprando... bamo bebê... bâmo dançá minha gente!...

Era um filósofo o Zé do Barro, e aquele rancho grande, logo atrás da praia, entre aglomerados de abricós e cajueiros, com suas varandas largas em torno e suas janelas sempre abertas, claro, alegre, cheio de flores e de passarinhos, era bem o seu retrato de caiçara risonho e amigo de todo mundo.

Um cheiro bom de ubatubana corria pela casa e saía lá fora, entre o estrupido da arrelia e o estrepitar das canecas.

Zé do Barro não parava, e ria, e falava com um, com outro, animava os músicos, atirava piadas aos amigos, brincava com as damas e não se esquecia de uma talagada de vez em quando. Era um pai da vida, que se alegrava com as alegrias alheias. Seus olhos deram no Antonio Laurindo de Santa Rita:

- Antonio Laurindo! O dotô que vai pra Sununga tá hí... Bâmo pra ele uma dança de S. Gonçalo que ele qué bê! Cadê o Parú? Esse capeta que puxe a gente!...

O doutor Avelino, visitante de São Paulo, lá estava de fato, na varanda da frente, debruçado na janela, a atiçar o Zé do Barro com olhares de lembrança, no sentido da dança que não conhecia.

Dali a instantes, Antonio Laurindo e o Parú, tocados pelo seo Renê, um francês-caiçara do Taguá, apareceram no meio da sala, serenando a arrelia e arrumando os pares e as coisas para a gonçalina. A imagem do santo logo surgiu, trazida lá do fundo do rancho, enfarruscada, como se viesse do fumeiro, e pouco depois aparecia num dos cantos da sala, sobre um soco improvisado, para presidir à função.

A dança começou com a cantoria de sempre e os pares em desfile e cumprimentos rasgados, de busto inteiro, diante do santo:

Indios Tupis a bordo de um Ubá - tipo de canoa feita de um tronco de árvore.

São Gonçalo d'Amarante...
São Gonçalo d'Amarante...
Casamenteiro das velhas
Casamenteiro das velhas... âããhhh

Por que não casais as moças...
por que não casais as miças...
Que mal bos fizeram elas
Que mal bos fizeram elas... ãããhhh

Oh meu São Gonçalo
Meu São Gonçalinho
Que come o meu pão...
Que bebe o meu binho...

O doutor Avelino se divertia com o canto fanhoso da caiçarada foliona, com os remelexos e bamboleios dos pares, o zangarreio das violas e, por fim, a agitação das umbigadas, na fase aguda da dança tradicional.

Uma voz chamava o visitante:

- Sô dotô... Sô dotô... Pra que hora quereis a canoa aminhâ?

Doutor Avelino voltou-se; era o remeiro do Maciel, o dono das canoas "de frete".

- Logo cedo, às sete, seo...

- Puruba sim sinhô, pra bos sirbi!

- Pois é, seo Puruba, às sete está bom... mas diga ao seo Maciel que mande junto aquele camarada que conhece a história da gruta que nós vamos ver, entendeu?

- Sim sinhô, sô dotô... aquelezinho que conhece é meu mano, sabeis? Ele é que é o Puruba de berdade... - e o praiano desapareceu em seguida, nas sombras do pequeno bosque.



Zé do Barro, estabanado, a oitenta graus de pressão da ubatubana, chegava naquele instante junto a janela da varanda.

- O sinhô gostô do S. Gonçalo, dotô?

- Se gostei, meu amigo; seu pudesse eu viraria caiçara como vocês... A vida é muito mais bonita onde e como vocês a vivem...

Doutor Avelino falava como quem estivesse saturado do grande meio e seus olhos tinham lampejos de inveja cheia de esperança. Zé do Barro ficou ainda mais amolecido com as palavras do doutor, e enquanto este se retirava para descansar, ele ficava ali mesmo, debruçado na janela, os olhos muito abertos para a noite, para o mar, para o céu, vendo tudo irisado pela inspiração alcoólica, ouvindo vozes aveludadas sobre as águas e pelo espaço sideral.

Pela note a dentro foi indo o fandango bulhento, do praiano feliz que tinham um rancho, uma rede de pescaria, uma janela para olhar a natureza trescalante, e um coração para sonhar...

No dia seguinte, bem cedo, lá estava o doutor Avelino à frente do seu pequeno bando, fazendo hora na praia, olhando o mar manso, espelhado, enrubescido do primeiro sol, a brincar com os pés nas maretas, a revolver as conchas na areia, a enamorar-se daqueles horizontes, daquelas serras virgens e daqueles aromas matinais que um ligeiro pitiú de certas luas não chegava a anular, pensando outra vez, que a verdadeira vida estava ali, entre aquela gente e naqueles lindos lugares.

Havia no dorso da praia um exército de canoas de todos os tamanhos, as proas levantadas sobre rolos, apontando o infinito.

Momentos depois, a guaperubú do Manciel rompia a maré, para o largo da Enseada do Flamengo, a rumo do Saco da Ribeira que se pintava ao longe, ao fundo daquela concha de terra verde, ao grasnar dos carapirás em vôo baixo ao saltarelhar vagabundo das tainhas.

Do Saco da Ribeira para a Sununga foi um arranco de quinze minutos a pé, pela vereda de arenito toda bordada de aleluias e, por fim, a visão dadivosa e mansa da baía da Fortaleza, com seu recorte de cromo e uma rampa de areia deslumbrante de brancura, onde os pés se enterravam - num atrito de alpaca de seda, a famosa Sununga.

Ao canto, bem ao fundo daquele imenso lençol de areia solta inclinar-se para as ondas bulhentas, lá estava a gruta encantada, que a voz do tempo apelidara "A Gruta que chora".

A imaginação do doutor Avelino desatou-se em arroubos, diante da pequena caverna lendária, que o trouxera de longe para o transporte emocional do misterioso e do desconhecido. Ansiava por fazê-la chorar, por ver aquelas lágrimas de prata que a tradição dizia verterem do alto da lapa ao soar de gritos humanos. Ele avançara sozinho, precipitando os passos, para ser o primeiro a colher a emoção do fato estranho, e, já da ponta da pedras laterais, que avançavam como braços de esfinge para dentro do mar, levantou a voz em palavra a esmo:

- Chora! Ei! Vamos! Chora!

Quando os outros chegavam, começava o espetáculo da natureza; caíam na areia grossa da boca da caverna, em toda a sua largura, as primeiras gotas cristalinas, como em princípio de um pranto. Doutor Avelino continuou a gritar, e as lágrimas foram amiudando e engrossando, caindo em abundância de cada ponta de folha, de cada epífita suspensa, de cada ruga de pedra da fronteira rasgada em arco.

Houve em seguida um silêncio de meditação; sentaram-se todos à entrada daquela boca de pedra aberta para o oceano, e entre eles e o azul escandaloso do céu ensolarado, passava a cortina de lágrimas, em cambiâncias de cristal de boêmia. Confirmava-se a tradição, para encanto do espírito exaltado do doutor da cidade, e o silêncio dos visitantes era o retrato da sua imaginação traumatizada ao contato do mistério.

Foi o Puruba, em sua inconsciência de simples, quem interrompeu o recolhimento dos visitantes:

- Tá vendo, sô dotô? Bunito, não? Mais a história é muito mais bunita...

E foi assim, sob o assentimento do doutor Avelino, acordado ao som metálico daquela voz, que o Puruba, ajudado às vezes pelo irmão, o remeiro do Maciel, desenrolou de novo a história velha que já contara a tanta gente.

***
Naquele tempo a Enseada dos Miramomis era quase virgem do homem branco; quase, porque os franceses chegavam por ali de vez em quando - os coaraciabas - amigos que eram dos tupinambás. Iperoig era então o reino exclusivo dos homens de bronze da taba de Aimberê e Coaquira, senhores de Ubatuba, uma esmeralda grande a encastoar-se no anel das águas da enseada.

Além, a dez quilômetros de distância, na várzea da Sununga, ficavam as ocas de Coaquira, ao alcance regular das ubás de Iperoig e do som costumeiro dos trocanos da sede, repetido nas ocas intermediárias.

Potira, a virgem tamoia, filha de Coaquira, estava noiva de Jagoanháro, jovem guerreiro, e o casamento deles seria ao fim de "duas luas".

Havia a pairar sobre aquele povo dois motivos recentes de tristeza e inquietude - a caçada intermitente de suas mulheres, realizada pelos portugueses de Bertioga, e um castigo de Tupã, o aparecimento da "cobra grande", um monstro de olhos verdes que chispavam fogo, no costão da Sununga, perto das ocas de Coaquira, vinda da Guãxima, ao que diziam, levantando ondas na passagem.

Afirmavam alguns índios pescadores que o rabo do monstro ferira sete vezes a terra, na ponta do pequeno promontório, e sete fontes haviam brotado do chão ferido. Seguira a serpente enorme para diante, rabeando sobre as águas e chegara às areias da proximidade do sítio de Pindobussú. Ali chegando, a cauda imensa do monstro ferira a rocha, abrindo nela uma gruta profunda, onde ele se aninhara. Naquele instante a terra subira, o mar se refrangera e avançara de nvo, invadindo a gruta numa explosão de raiva, recuando outra vez a um rugido espantoso da "cobra grande".

Tão grande fora o duplo ronco e tão despropositado naqueles lugares que, ao longe, a indiada de Coaquira gritara assustada, correndo para a praia, a ver o que acontecera

- Pará cyninga! (cyninga – ruído forte)

Viram todos então, sem compreender, o fenômeno da costa refrangida, a praia em rampa, o mar embravecido onde fora sempre remançoso e calmo, como o próprio lugar.

Apenas dois ou três tamoios que pescavam àquela hora tinham visto a "cobra grande" e mostravam aos outros a gruta que não existia anteriormente e onde ela se internara.

Os pajés da tribo, a sacudir seus maracás sagrados, pressagiavam desgraças para breve e para quem se aproximasse do bicho.

E dali por diante, nas luas cheias, uma cunhatã tamoia desaparecia das ocas, sem que ninguém visse como desaparecera, vendo todos apenas, pela madrugada, um rastro enorme e grosso que se prolongava pela areia, na direção da gruta.

Pensou Coaquira, embora ferido em seu orgulho, em abandonar aquelas terras onde nascera e onde fora sempre feliz, mudando-se para a Maranduba, mais além, a salvo do monstro que acovardava os seus guerreiros e que ninguém queria combater.

Naqueles dias, caçadores portugueses, pelo menos ao que diziam, de novo aprisionaram diversas cunhatãs tamoias de Malembipe e os trocanos soavam, falando a linguagem da guerra. Aimbirê e Pindobussú reuniam as tribos para um movimento geral dos tupinambás de toda a costa vicentina contra os peros, os portugueses de Bertioga, fazendo esquecer em parte os fatos da "cobra grande".

Foi naquela altura que dois abarés dos peros chegaram a Iperoig para apaziguá-los, afirmando-lhes que os portugueses não eram culpados, que eram os franceses que roubavam as suas mulheres, para lhes dizer depois que foram os portugueses e atirar contra eles a vingança dos tupinambás. Vinham os pai-abunas para lhes propor uma paz de fato ou mais do que isso, uma aliança, afirmando-lhes que assim determinara o seu Deus, que era mais forte do que Tupã.

Um movimento de ódio e temor pincelado de curiosidade arrastara índios e índias para junto dos dois padres, ameaçando-os de morte pelas intrigas dos pajés.

Chegara então a lua cheia e os pavores de Coaquira se renovaram. Uma cunhatã decerto desapareceria para sempre do seu povo, sem reação e sem defesa, e isso o desesperava. Estava o chefe a parlamentar com Pindobussú sobre as coisas da guerra e a presença dos abarés, quando um mensageiro, cheio de terror, veio lhe dizer que Potira, a sua filha, fora carregada pela "cobra grande".

À notícia cruel, Coaquira e Jagoanháro precipitaram-se, loucos de raiva e de dor, para as ocas distantes.

Ia muito avançada a madrugada quando eles chegaram, e Jagoanháro pôde ver apenas, na entrada da gruta do monstro misterioso, um rastro de sangue sobre a areia branca, que uma réstia de luar ainda mais alvejava.
Desesperado, o guerreiro tupinambá investiu pela caverna, aos gritos de Coaquira e dos outros companheiros. Um ronco enorme soou em seguida, na garganta escura da gruta, seguido de um grito lancinante, e depois o silêncio, um silêncio de morte assombrado pelo luar.

Os homens de Coaquira desertaram ouvindo o ronco, e o morubixaba amarrado ao lugar, como um daqueles guanandis da várzea, pela primeira vez teve vontade de chorar, ao sentir-se sozinho, frágil como criança, acovardado como uma mulher, incapaz de levar a cabo o socorro à filha que queria tanto e a Jagoanháro, que em breve devia ser seu filho e futuro chefe em seu lugar, destroçado em seu orgulho de rei que já não poderia reinar.

Pindobussú ameaçou céus e terras quando soube da morte de Jagoanháro, devorado pela "cobra grande", e jurava enviar uma legião de ubás para dar combate ao monstro. Um pajé veio dizer-lhe, então, que tudo seria inútil, e que se aqueles padres eram mesmo santos, e se o seu Deus era mais forte do que Tupã, como dizia, eles que dessem uma prova disso naquela contingência, libertando o povo tupinambá da estranha serpente surgida nas terras de Coaquira. Se assim acontecesse é que seriam mesmo santos e seria o seu Deus maior do que Tupã, porque, de outra forma, acender-se-iam desde logo as fogueiras que deviam assá-los para o banquete.

Nóbrega e Anchieta, pois que eram eles os abarés dos portugueses, aceitaram o desafio dos pajés de Pindobussú e se foram, em expedição, ao lado dos morubixabas tupinambás e uma legião dos seus guerreiros, enquanto os pajés ficavam em sua poracéia bárbara, prelibando o fracasso dos peros.

Rompia a manhã no lado dos céus de Picinguaba, quando a tribo inteira de Coaquira, com seu chefe e os tuchauas de Iperoig, tendo os dois padres à frente, se apresentaram diante da gruta da "cobra grande".
Padre de Anchieta para em frente a gruta e branda: - Apresenta-te em nome de Deus!

Manoel da Nóbrega ia avançar quando Anchieta colocou-se adiante dele e avançou rapidamente para a caverna, a mão alçada no ar, bradando:

- Apresenta-te em nome de Deus! Em nome de Deus!

Um rugido pavoroso irrompeu do fundo da garganta escura e chispas de fogo fuzilaram de dois olhos verdes. A pedra tremeu a uma convulsão do monstro, e, subitamente, uma cabeça enorme surgiu à luz da manhã, avançando para o pequeno e frágil pai-abuna.

A indiada, transida de medo, comprimia-se lá fora, amparando-se mutuamente para não fugir, assombrada ante a coragem daquele homem magro, pálido e de roupagem negra, que num supremo desprezo à vida, ainda protegia o companheiro.

Outro rugido imenso feriu o silêncio daquele instante supremo, e a cabeça do monstro projetou-se sobre o padre, mas, naquele momento, o abaré dos portugueses, enfrentando a sua fúria, suspendera no ar a cruz do seu Deus, que arrancara do peito, e, então, diante de toda aquela gente bárbara houve um estampido enorme, enquanto uma densa nuvem de fumaça, tresandando a enxofre, envolvia a cena.

Ao dissipar-se o fumo, lá estava o padre imóvel, no mesmo lugar, como uma figura de pedra negra, a mão alçada no espaço e nela o crucifixo, mas a "cobra grande" desaparecera para sempre, deixando revolvida a areia e entulhada a garganta onde se escondia e onde para sempre ficariam Potira e Jagoanháro, unidos no noivado eterno da morte.

- Anhanga! Anhanga! - bradavam os tamoios na beira da praia.

- Potira! Potira!... - gritava Coaquira, diante da caverna, enquanto Pindobussu curvava a cabeça para o chão, em sinal de respeito, curtindo em silêncio a sua dor serena.

E, naquele instante, viram todos que, aos gritos do morubixaba tupinambá, vertia a gruta lágrimas abundantes, chorando como um ser humano, como se caissem dos seus olhos, lá de cima, um chuveiro de lágrimas ardentes.

***

O Puruba terminava a sua descrição:

- Esse bicho, sô dotô, era o capeta... As sete fonte, onde ele bateu co rabo sete vêis, tão lá, mais prá riba, prá ponta dessa costera... Este má que era manso como o má de Santa Rita, ficô brabo e co essa sununga, esse ronco que vai longe e que ficô dando nome ao lugá. E essas lágrima, sô dotô, podeis crê, é da índia noiva, que o bicho incantô e que tá incarnada nesta gruta; é o choro da moça, quando ôve a vois de arguém, e pensa que é do noivo ou que é do pai, gritando disisperado pur não podê li sarvá...



A segunda lenda da Serpente Sununga



Graciosa jovem de tez suavemente morena, olhos cinza esverdeados, farta cabeleira negra e ondulada, porte esbelto e curvas caprichosamente delineadas, Marcelina, até então alegre, forte e viva, de repente pareceu aniquilar-se, alimentando-se mal, perdendo as cores, visivelmente tímida, quase sem ânimo para as tarefas costumeiras e, de modo sumamente estranho, muitas vezes permanecia acomodada até alto dia, necessitando que alguém fosse alerta-la para que deixasse o leito.

Remédios já os havia tomado em grande quantidade, desde "vinho-composto" a chás de várias ervas, e até banhos de cozimento de folhas e flores já Lhe haviam sido ministrados, mas nada resolvia. Sinhá Anália confidenciava seus temores às amigas mais íntimas e estas procuravam afastar-lhe as preocupações:

- Ah, não é nada... é da idade... quantos anos ela tem? Quinze? Então tá aí, é da idade! Mas isso não tranqüilizava a apreensiva mãe que, interpelando a filha, revelando seus temores e fazendo indagações, recebia sempre respostas como esta:

- Que é isso, mãe? Estou boa, não sinto nada. A senhora está com medo só porque eu estou levantando um pouco mais tarde? Só porque ando com pouca fome? - e fingindo um sorriso - Se eu comesse muito aí a senhora ia achar ruim, é ou não é?

Dias se passaram, tristes e apreensivos, até que certa madrugada, ao raiar do dia, Sinhá Anália, que passava noites inteiras quase em vigília, ouvindo soluços provindos do quarto da filha para lá se dirigiu, encontrando-a abraçada ao travesseiro, abafando o pranto e murmurando palavras desconexas que pareciam ser:

- Não! Não vá... não quero... espere...

A desolada mãe, atordoada com aquelas palavras sem sentido algum, não alertou a filha. Acomodou-se aos pés da cama e se pôs a rezar, pedindo a Deus que Lhe desvendasse o mistério que aniquilava a filha.

De repente Marcelina começou a mover-se. Mui lentamente levou as mãos aos olhos como que procurando dissipar uma lágrima e depois, vendo a mãe ali postada, com voz entrecortada começou a falar:

- Que é isso, mãe? A senhora está ai? Está chorando? Ah, me perdoe... Eu sei... Eu estou fazendo a senhora sofrer... Mas... Não chore... Não se desespere... Eu sei que a senhora quer saber tudo, não é? Então escute... Eu vou contar o que tá se passando comigo! A senhora sabe a estória daquele bicho, daquele dragão que mora na Toca da Sununga, não é? Sabe, sim, porque todo mundo sabe. Por que é que toda gente deixou de passar por lá? Porque basta alguém chegar lá perto para o mar ficar bravo, chegando a jogar as ondas até na boca da toca, arrastando tudo, seja lá o que for que estiver por perto! Pescador, esse então nem se fala, esse navega lá de longe, pra mais de duzentas braças da praia e ai dele se chegar mais pra perto! Somem ele, a canoa, os apetrechos, some tudo, como já tem acontecido, é ou não é? Todo mundo sabe disso, todo mundo fala, mas até hoje ninguém disse que viu o tal dragão.

Isto é, ninguém disse, não, porque o "seu" Antero viu, viu e me contou. Ele me disse que numa noite tava chegando de viagem e como era muito tarde pra chegar na casa dele, na Praia das Sete Fontes, resolveu cortar caminho. Então foi andando por cima do morro, por trás daquela bruta pedra da toca. Mas aí, quando foi chegando perto, ouviu um rugido tão grande que se arrepiou todo! Quis correr mas não pôde, parecia que estava grudado no chão! Aí foi que ele viu o bicho que estava saindo da toca e andando pro lado dele! Era um bicho horroroso! De meio corpo pra cima era que nem aquele dragão que a gente vê nos quadros de São Jorge, onde o santo está fisgando ele com uma lança! O resto do corpo era que nem cobra, roliço, sem pernas, se arrastando no chão! Aí, a lua que tava clara, limpa, iluminando tudo, se escondeu por trás de uma nuvem deixando tudo escuro que nem breu! "Pronto, vou morrer!" - pensou ele. Fez o sinal da cruz, ajoelhou-se e começou a rezar o "Crendos Padre". O bicho parou e foi se encolhendo devagarinho, devagarinho, que nem cobra quando vai dar o bote, mas não fez isso, não. Ao contrário, fez a volta e foi sumindo no meio das árvores, pros lados da toca. Aí "seu" Antero me disse que pôde se desgarrar do chão e deu pra correr até chegar em casa, mais morto do que vivo! Lembra-se, mãe, daquele dia que o "seu" Antero me levou até a Maranduba pra assistir o casamento da Justina? Pois foi naquele dia, no caminho - conversa vai, conversa vem -,que ele me contou essa estória do dragão da Sununga.
O Dragão da Sununga é o responsável por deixar o mar tão agitado

Mas não sei, mãe, não sei porque aquele homem me contou isso. Não sei... Desde aquele dia nunca mais me esqueci do tal dragão, me parecendo estar vendo ele em toda parte, grande, gosmento, se arrastando no chão... Pra mim me parecia que ele tava na bica onde a gente lava roupa... no caminho que vai pra venda do "seu" Gardino... no acero da roça... até no rancho de guardar as canoas, me parecia que ele tava lá! Mas não tava, não! Era bobagem, mãe... Mas sabe que eu não tinha medo? Sabe que eu até tinha vontade de ver o tal dragão? Tinha mesmo... Juro que tinha... Pois uma noite - não foi sonho - eu tava acordada, tava acordada e vi quando ele veio sem fazer barulho, sem abrir a porta e entrou devagarinho aqui no meu quarto. Era o dragão, igualzinho, do mesmo jeito como o "seu" Antero me contou. Ai eu quis gritar pra senhora me acudir, mas quem diz que eu podia falar? Quem diz que eu podia me mexer? Aí o bicho foi chegando, chegando e ficando pequeno, tão pequeno que coube ali naquele canto perto da janela. Não demorou ele foi se enrolando, foi ficando do jeito de um tipiti bem grande e daí a pouco, mãe, aquilo foi virando gente e ficou do jeito de um moço, mas um moço bonito que Deus me perdoe - perdi o medo.

O moço ficou bastante tempo ali, de pé, me olhando com uns olhos azuis da cor do céu! E se riu pra mim... Aí eu me ri pra ele e ele veio vindo, veio vindo, chegou perto de mim, passou a mão nos meus cabelos... Depois sentou-se aqui na cama... Depois... Depois ficou comigo! Oi, mãe, ele foi embora só de manhãzinha, depois que o galo cantou três vezes... E eu fiquei com tanta pena... Tive até vontade de chorar... E chorei, não tenho vergonha de contar, chorei mesmo! Agora, mãe, não tenho vontade de trabalhar, nem de comer, nem de conversar, nem de nada. Minha vontade é de ficar aqui no quarto, de porta fechada esperando que a noite chegue e que o bicho venha e se vire no moço bonito, pra ficar comigo até de manhãzinha. Ainda há pouco, mãe, eu tava chorando. Tava chorando porque ele tava indo embora sem querer me ouvir. Eu tava pedindo pra ele ficar, mas ele nem ligou... Toda vez que vem aqui, vai embora antes do dia clarear. Não adianta pedir, não adianta chorar, ele não liga e vai embora. Então, é como já disse, eu fico aqui sozinha, pensando nele, até que volte outra vez pra ficar comigo...

* * *
Esta revelação Sinhá Anália ouviu-a no auge do desespero, quase arrastada às raias da loucura. Mas, que fazer? A quem apelar? Nada mais Lhe restava senão rezar e pedir a parentes e amigos que fizessem o mesmo, a fim de que um milagre a livrasse de tão iníqua provação.



* * *
Passava o tempo, quando certo dia bateu-lhe à porta um trôpego velhinho - talvez um monge, envolvido num manto andrajoso - que, com voz sumida e rouca pediu-lhe alguma coisa para comer, bastava um pedaço de pão com que pudesse mitigar a fome que lhe corroía as entranhas. Sinhá Anália, amargurada mãe que sofria tanto, ainda encontrou fibras sensíveis em seu coração para se compadecer do mísero viandante, faminto, maltrapilho e exausto. Fazendo-o entrar, agasalhou-o, deu-lhe de comer e depois de reanimá-lo, atendendo às suas indagações, relatou-lhe todo o infortúnio, toda a razão da tristeza que consternava aquela casa.

O velhinho ouviu-a, imoto, impassível, como em prece, como que absorto em pensamentos distantes. Finda a narrativa, fez Sinhá Anália sentar-se junto dele e revelou-lhe que, de há muito, bem longe dali, em sua peregrinação, já ouvira falar do monstro satânico que atormentava a população daquele bairro. Justamente por isso é que ali. viera, por inspiração divina, a fim de libertá-la da opressão que lhe infringia o Espírito do Mal.

Essa revelação correu célere pela redondeza, reunindo conside-rável multidão que, certo dia, sem temor, acompanhou o venerável ancião na caminhada que fez em direção á toca que abrigava o dragão da Sununga.

Caminhavam todos trôpegos, arfando, escalando a encosta pedregosa até atingir o cimo do íngreme penedo que recobre a desmedida gruta. Ali chegando, o monge ergueu os braços num largo e lento gesto do sinal da cruz, e ao murmúrio de piedosa prece, espargiu por sobre a pedra a água que levara num pequenino púcaro.

Naquele instante um trovão violento fez estremecer a terra, atordoando a multidão em prece! O mar, rugindo em doidas convulsões, projetou-se violento contra a impassibilidade das rochas, para retroceder, abrindo-se ao meio, bem em frente à toca, dando passagem ao monstro apocalítico que por ali avançou rugindo, sumindo ao longe, na profundeza das águas!

* * * 

Nunca mais se teve notícia do dragão da Sununga. De Marcelina, sabemos que embora arredia, taciturna, ainda viveu por longo tempo, conservando traços da rapariga que fora "de tez suavemente morena e olhos cinza esverdeados, farta cabeleira negra e ondulada", e mantendo o "por-te esbelto e curvas caprichosamente delineadas"!

Hoje, quem se postar no interior da lendária gruta, perceberá cair lá de cima, das ranhuras da pedra, uma seqüência de pequeninas gotas que se infiltram na areia branca e fina que alcatifa o chão.

Dizem, alguns, que são remanescentes gotas da água benta espargida pelo monge, que ainda caem, a fim de que o dragão jamais possa voltar.

Outros, porém, afirmam que são lágrimas de Marcelina, que lá voltou muitas vezes, na esperança de que o dragão, feito moço bonito, ainda voltasse, para ficar com ela a noite inteira, até os primeiros albores da manhã!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Policarpo Quaresma e Joaquim Barbosa

Policarpo Quaresma sobre Joaquim Barbosa - "Nunca imaginei ver um heroi brasileiro usando capa!"
Joaquim Barbosa, o homem que julga o Mensalão no Supremo Tribunal Federal, é retratado aqui carinhosamente ao lado de Policarpo Quaresma, outro herói Brasileiro nacionalista (o ficticio personagem de Lima Barreto).

A historia que se conta é que Joaquim Barbosa curasava a escola e fazia a faxina no TRE do Distrito Federal. Num dia especial, empolgado com seu trabalho, Joaquim cantava uma musica em inglês enquanto limpava o banheiro do TRE. Naquele momento, um diretor do tribunal entrou e achou curioso uma pessoa da faxina ter fluência em outro idioma. A estranheza se transformou em admiração e, na prática, abriu caminho para outras funções.

Joaquim formou-se em Direito pela UNB, sendo na época o único negro da faculdade. Passou nos concursos de: oficial da Chancelaria, advogado do Serviço Federal, procurador da República, professor da Universidade do Rio de Janeiro. Fala diversos idiomas como o alemão, inglês, espanhol, etc.

O trabalho que este homem faz para o Brasil nos inspira a acreditar que não é difícil termos uma sociedade digna e prospera, que não deva em caráter a nenhuma nação do mundo. A visão romântica de Utopia, de uma sociedade perfeita, fica cada vez mais próxima da realidade quando seus integrantes, cada um de nos, procuram responder aos seus cargos, suas funções, com espirito de fraternidade, pensando em servir ao seu próximo, sem egoísmo, com o objetivo final de engrandecimento do indivíduo e da nação.

Brasilia - Um sonho profético


Brasília, a terra prometida, é um dos raros casos em que um sonho se torna uma realidade baseada em premissas nas quais a fé parece ter sido a razão principal, e é transformada em um marco na história do urbanismo e uma obra-prima da arquitetura modernista. É a única cidade do mundo construída no século 20 que tem a condição de Património Mundial pela UNESCO em 1987.

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Normalmente, o local de nascimento de uma cidade é escolhido por seus primeiros habitantes que se instalaram ali por que ficava perto de um rio ou um lago, ou por ter várias vantagens relacionadas à topografia, geografia, clima, etc No caso de Brasília, o local foi escolhido, no meio de uma região de savana semi-desértica (Cerrado brasileiro) e só então foi construído o lago, o clima, e outras conveniências adequados para sustentar a vida humana.

As capitais do Brasil sempre tiveram problemas quanto à sua localização, a primeira em "Salvador da Bahia" 1536-1763 e, em seguida, Rio de Janeiro 1763-1960, ambas localizadas em locais estrategicamente vulneráveis. A idéia de mover sua capital para o interior maior foi considerada desde o tempo do Brasil colônia de Portugal e foi criada na Constituição Brasileira de 1891.

Uma das razões para a transferência era a condição enfermiça do Rio de Janeiro, mas foi eliminada com a erradicação da epidemia, durante o governo de Rodrigues Alves (1902-1906), que, aliás, melhorou a aparência de da cidade, levando ao seu desenvolvimento.

A outra razão foi a vulnerabilidade estratégica. A história registrou muitos ataques contra a cidade do Rio, começando com a sequência de ataques de conquistadores franceses que queriam se estabelecer lá pelo século XVI e a Revolta da Chibata, na qual simples marinheiros colocaram o governo do Marechal Hermes da Fonseca em xeque, forçando-o a fazer concessões desonrosas para evitar o bombardeio da cidade. Mais tarde, em 1904 "Guerra da Vacina" (a guerra da vacina), as revoltas de 1922, o golpe comunista em 1935 e o integralista "Putch" em 1938, em todos esses ataques tomou-se oportunidade da fragilidade do Rio de Janeiro, em termos de defesa.

O santo italiano Dom Bosco, o fundador da ordem salesiana teve um sonho em 1883 no qual ele descreveu uma cidade futurista de prosperidade e ordem, que viria a ser local de Brasília:

"Tra il grado 15 e il 20 grado vi era un seno assai lungo e assai largo que partiva di un punto che formava un lago. Allora una voce disse ripetutamente, quando si verrano a scavare le miniere nascoste in mezzo a questi monti di quel seno apparirà quila terra promessa fluente latte e miele, sarà una ricchezza inconcepibilie" (Memorie Biografiche, XVI, 385-394Entre os paralelos 15 e 20 graus, havia um leito muito largo e muito extenso, que partia de um ponto onde se formava um lago. Então uma voz disse repetidamente: "Quando escavarem as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a Grande Civilização, a Terra Prometida, onde correrá leite e mel. Será uma riqueza inconcebível. E essas coisas acontecerão na terceira geração").

Em 12 de maio de 1892, o Marechal Floriano Peixoto considerou inevitável o cumprimento do terceiro artigo da Constituição de 1891, e imperiosamente determinou a mudança da capital da União, organizou uma exploração para determinar a região da futura capital. Eles escolheram o astrônomo brasileiro de origem belga Luiz Cruls, para liderar a expedição.

Composta por 22 homens, 206 caixotes e fardos (cerca de 10 toneladas), a Comissão chefiada por Cruls, em 9 de junho de 1892, partiu de trem do Rio de Janeiro para Uberaba (MG) ​​e de lá para o planalto central.

Em Pirenópolis, a 12 de Agosto, Cruls dividiu o pessoal em duas turmas, com o objetivo de percorrer o Planalto a ser explorado por dois caminhos diferentes. A primeira turma - chefiada por Cruls - seguiu diretamente para Formosa, aonde chegou a 23 de Agosto. A segunda, que passou por Corumbá, Santa Luzia (hoje Luziânia) e Mestre d’Armas, chegou a Formosa em 14 de Setembro. Ambas as turmas deviam determinar diariamente a hora e a latitude. Para tanto, deviam usar quaisquer fenômenos que pudessem servir para determinar a longitude, como os eclipses do primeiro satélite de Júpiter e as ocultações que deveriam ser observadas pelo menos em alguns pontos do itinerário.

Outro processo usado foi a determinação da longitude por distâncias lunares, quer pela passagem de Lua e/ou de uma estrela pelo mesmo vertical ou pela mesma altura, quer por diferenças de altura entre os dois astros.

Trabalho concluído, muita esperança de mudancistas e nada mais. Após o relatório da Comissão, convocada em seguida, Poli Coelho, o assunto ainda é tratado com lentidão pelo Congresso, que já leva mais de cinco anos, mas então é estabelecido um novo estudo de localização e agora é estabelecido um prazo máximo de sessenta dias para o início e três anos para a conclusão. É a Lei n º 1.803 aprovada em 05 de janeiro de 1953 que define estudos sobre a região do Planalto Central entre o Sul paralelos 15 º 30 'e 17 e os meridianos W.Gr.46 º 30' e 49 º 30 '- o chamado "retângulo do Congresso" (retângulo do Congresso) - visando a seleção da nova capital federal. No segundo artigo, que define:

"Em torno deste local será demarcado, respeitando ou não os limites naturais, uma área aproximada de 5.000 quilômetros quadrados, que deve conter na melhor forma, os requisitos para a constituição do Distrito Federal e será incorporado ao Patrimônio da União ".

Finalmente, em 15 de abril de 1955, a Comissão encarregada da Localização de Nova Capital compara vantagens e desvantagens das cinco áreas prioritárias para a construção da cidade. Eles escolhem o local do "Sítio Castanho", 25 quilômetros a sudoeste de Planaltina, e também definem o perímetro da área futuro Distrito Federal: cerca de 5850 quilômetros quadrados.

Em maio de 1955, o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (idealizador da construção da Academia Militar de "Agulhas Negras") finca uma cruz de madeira no ponto mais alto, considerado o marco fundamental da cidade. É a atual Praça do Cruzeiro  e a cruz original foi levada para a Catedral Metropolitana, onde está até hoje.

Agora é hora de construir o lago, o Lago Paranoá

Criado com o propósito de aumentar a umidade na sua vizinhança. Lago Paranoá é um lago artificial projetado em 1894 pela Missão Cruls e materializado com a construção da cidade durante a administração do presidente Kubitschek.

As águas represadas do Rio Paranoá formaram um lago com 48 quilômetros quadrados, profundidade máxima de 38 metros e cerca de 50 quilômetros de circunferência, com algumas praias artificiais, tais como "Prainha" e "Piscinão do Lago Norte". 

Um concurso foi criado para dar a oportunidade de um urbanista brasileiro a conceber Brasília, 5550 pessoas se inscreveram.

Lúcio Costa venceu o concurso e foi o principal urbanista em 1957, Oscar Niemeyer, um amigo próximo, foi o arquiteto-chefe da maioria dos edifícios públicos e Roberto Burle Marx foi o paisagista.

Foi Juscelino Kubitschek de Oliveira, nascido em 12 de setembro de 1902, conhecido também por sua sigla JK, um proeminente político brasileiro de origem cigana Checa, que teve a honra de ser o homem por trás da construção faraônica de Brasília.

Presidente do Brasil de 1956 a 1961. Ele nasceu em Diamantina, Minas Gerais, e morreu em 1976. Seu mandato foi marcado pela prosperidade econômica e estabilidade política.

Brasília foi construída no incrível prazo de 41 meses, de 1956 a 21 de abril de 1960, quando foi oficialmente inaugurada.

No extremo noroeste do Eixo Monumental estão o Distrito Federal e os edifícios municipais, enquanto no extremo sudeste, perto da costa central do Lago Paranoá, estão os edifícios executivo, judiciário e legislativo em torno da Praça dos Três Poderes, o coração conceitual da cidade.

Estas e outras grandes estruturas foram projetadas pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Na Praça dos Três Poderes, ele criou como um ponto dramático o Palácio do Congresso, que é composto de cinco partes: as torres gêmeas administrativas ladeadas por um grande domo de concreto, branco (o Senado) e por um igualmente maciço prédio em forma de taça (a Câmara dos Deputados), que se juntam à cúpula por uma construção subjacente de teto plano.

Uma de anexos rebaixados flanqueiam a entrada em ambas as extremidades. Também na praça estão o envidraçado Palácio do Planalto abrigando os escritórios presidenciais e o Palácio do Supremo Tribunal Federal.

Mais ao leste, em um triângulo de terra que se projeta para dentro do lago, esta localizado o Palácio da Alvorada (a residência presidencial).

Entre os edifícios federais e cívicos no o Eixo Monumental está a Catedral de Brasília (Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida - a padroeira do Brasil), considerado por muitos como a melhor obra de Niemeyer. A estrutura de forma parabólica é caracterizada pelas seus 16 suportes graciosamente encurvados, que se juntam em um círculo de 35 metros acima do chão da nave; unindo os suportes existem paredes translúcidas de vidro colorido. A nave é acessada através de uma passagem subterrânea, em vez das portas convencionais.

Outros edifícios notáveis ​​são Palácio do Buriti, Palácio do Itamaraty, o Teatro Nacional, e várias embaixadas estrangeiras que incorporam criativamente características de sua arquitetura nacional. O renomado paisagista brasileiro Roberto Burle Marx projetou jardins modernistas para alguns dos principais edifícios.

Quanto custou a Brasília? Eugênio Gudin, ministro da Fazenda Café Filho de agosto de 1954 a abril de 1955, um inimigo político de JK e unanimidade intelectual, fez uma estimativa de 1,5 bilhão de dólares. Levou em conta apenas os gastos públicos, sem falar "no tremendo desperdício indireto com transportes, viagens para cá e para lá, dobradinhas, perda de tempo", escreveu o economista. Em m valores de hoje, aplicando-se apenas a correção monetária americana, a cifra seria equivalente a 19,5 bilhões de dólares. Com juros de 3% ao ano, padrão médio de taxação, chega-se a um valor atual de 83 bilhões de dólares.

O presidente Kubitschek, em entrevista citada no livro Quanto Custou Brasília, do jornalista Maurício Vaitsman, defendeu-se de modo populista, ao explicar por que emitira 134 milhões de cruzeiros em cinco anos de governo: "Isso quer dizer que toda aquela pletora de desenvolvimento representou, na realidade, o sacrifício de apenas 2 cruzeiros, em cinco anos, para cada brasileiro".

Apelou-se para a emissão de dinheiro, os tais 2 cruzeiros por cidadão, porque todas as outras formas de financiamento das obras não funcionaram, especialmente a venda de terrenos atrelada à chamada "Obrigação Brasília", anunciada como ótimo negócio que pouca gente quis. Os terrenos no Planalto Central viraram moeda fácil, promessa vã.

O montante gasto em Brasília nunca foi igualado, tome por exemplo Songdo International Business District (SIBD) Um centro urbano integrado de negócios de 1.500 acres (6 km ²) de terra recuperada ao longo do waterfront Incheon, a 40 milhas (65 km) a oeste de Seul, Coreia do Sul e ligado ao Aeroporto Internacional de Incheon por uma ponte rodoviária de 7,4 milhas (12,3 km) de concreto armado, denominada ponte Incheon. Junto com Yeongjong e Cheongna, é parte da Zona Económica Franca de Incheon.

O Distrito de Negócios Internacionais de Songdo contará ainda com a Ásia Trade Tower e a Torre Incheon. Escolas, hospitais, apartamentos, prédios de escritórios e instalações culturais serão construídas no distrito. Réplicas de marcos arquitetônicos, incluindo New York City Central Park e vias navegáveis ​​de Veneza, também serão incorporados. Este projeto de desenvolvimento de 10 anos é estimado para custar mais de US $ 40 bilhões.

O “The World or World Islands” um arquipélago artificial de várias pequenas ilhas construídas de forma a representar o mapa do mundo, localizadas a 4,0 km (2,5 milhas) ao largo da costa de Dubai, Emirados Árabes Unidos custará algo como 14 bilião de dólares.

A cidade foi aclamada pela forma que a arquitetura modernista foi aplicada em grande escala e por seu plano de cidade um tanto quanto utópica. Porem é criticada pelos mesmos motivos.

Após uma visita a Brasília, a escritora francêsa Simone de Beauvoir se queixou de que todas as "superquadras" exalavam o mesmo ar de monotonia elegante, outros observadores equiparam os grandes gramados abertos, praças e campos à terrenos baldios.

Como a cidade amadureceu, alguns destes parques ganharam adornos, e passaram a ter uma melhor paisagem, dando a alguns observadores uma sensação de espaço "humanizado".
Painéis do Aeroporto Internacional de Brasilia

Embora não seja totalmente bem sucedida, a "utopia brasileira" produziu uma cidade de qualidade de vida relativamente elevada, na qual os cidadãos vivem em áreas florestadas, com estruturas de desporto e lazer (as superquadras) ladeadas por pequenas áreas comerciais, livrarias e cafés, a cidade também é famosa por sua culinária e eficiência de trânsito.

Mesmo essas características positivas provocaram controvérsia, com o apelido de "ilha da fantasia", Brasília mostra o forte contraste entre as cidade de regiões vizinhas, marcadas pela pobreza e desorganização de suas cidades no estado de Goiás, e no entorno de Brasília.

Nada tem o apelo mais rápido do que as fantasias das pessoas sobre o futuro. Isto é o que você recebe quando os homens perfeitamente decentes, inteligentes e talentosos começam a pensar em termos de espaço, em vez de lugar e significados individuais em detrimento dos múltiplos. É o que você ganha quando projetam para as aspirações políticas, mais do que para as reais necessidades humanas. Você recebe milhas e milhas de construções de segunda, platônicas, infestadas com Volkswagens. Esta de certa forma, pode ser a última experiência de sua espécie. A aposta utópica pára por aqui.

- Robert Hughes, O Choque do episódio, Nova 4: Trouble in Utopia

Creio que Hughes está bastante equivocado, estive recentemente em Brasília e não vi Volks vagens em ruas semidesérticas, a natureza floresce em suas praças bem cuidadas e o numero de Porches e BMWs parece só aumentar.


Brasília ainda é mais fotogênica do que adequada aos passeios a pé, mas sem duvida inspira arquitetos, urbanistas e admiradores de ficção cientifica a criarem suas utopias. Sem duvida não será a ultima de sua espécie.

Como resgatar uma família da seca do Nordeste Brasileiro com pouca interferência em sua identidade





Algumas regiões como o Nordeste Brasileiro, que já sofreu muita evasão, ainda permanece habitada graças a um povo resiliente e forte. NIMPS e Blemya oferecem aqui algumas dicas que poderiam ser usadas para que estas pessoas sofram menos.

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É importante ressaltar que o objetivo desta matéria não é uma tentativa de mudança de características culturais e interferências em questões de identidade étnicas, mas simplesmente extrapolar como seriam estas comunidades isoladas servidas de algumas idéias inteligentes de produtividade e baixo impacto ambiental.

Confira agora a solução quase impossível para os sofridos brasileiros nordestinos que habitam as regiões das secas.

A boa noticia para os moradores desta humilde propriedade rural em meio a seca é que um grupo de engenheiros da Blemya e da NIMPS analisaram os escassos recursos locais e implantaram uma série de gadgets para transformar a vida deste casal com seus dois filhos pequenos.

A nova fonte de renda da família será a produção e venda de óleo combustível a partir de algas cultivadas em um sistema especial estufas solares.

Parte do óleo abastecerá o 'Alageus' um carro desenvolvido para funcionar com este óleo.

Uma bomba hidráulica vai retirar água de profundos poços artesianos e será purificada, tudo isso funcionará com uso de energia solar.

Computadores, televisores, geladeiras e toda parte elétrica da casa será fornecida pelos mais novos geradores de energia eólica e solar.

Como vimos esta humilde família rural passou de pobres sofredores para prósperos trabalhadores graças ao uso de inteligência global aliada a vontade de trabalhar.

Saiba agora um pouco mais sobre essas novas tecnologias.

Bomba D’água Solar Providence



Os sistemas de bombeamento de água têm painéis solares (células fotovoltaicas) que se movem automaticamente para acompanhar o movimento do sol, para a máxima eficiência. A água é extraída de sua fonte por meio de um tubo "straw" e a bomba é alimentada eletricamente por meio de painéis solares.



Solaqua usa energia solar para purificar a água



Jason Lam, um estudante de design da Universidade de New South Wales, mostra um purificador de água que usa a energia do sol para tornar a água potável. É destinado para locais com recursos limitados, onde doenças transmitidas pela água são predominantes, ajudando a salvar vidas com o poder do sol.

Solaqua utiliza os raios ultra-violeta e infra-vermelho do sol para eliminar agentes patogênicos da água contaminada. A água obtida é primeiro passada por um filtro de pano sari para melhorar a eficiência da desinfecção solar (SODIS). Um funil torneira enche cinco garrafas especialmente concebidos para conter 10 litros de água. Quando aberto expõem as garrafas no chão, as superfícies transparentes dos frascos permitem o máximo de exposição aos raios UV. A superfície escura por trás de cada garrafa absorve calor, enquanto que painéis reflexivos internos refletem os raios UV através da água.

O projeto utiliza plásticos, que parecem ser um problema em se tratando de um dispositivo que vai se colocado todos os dias em exposição ao sol muito quente. Lam afirma, no entanto, que os plásticos foram escolhidos para com o objetivo de manter o equipamento leve para que possa ser transportado para onde a água estiver disponível, e de modo que cada parte poça ser substituídas e recicladas, quando necessário. Isso não significa, porém, que as partes serão de longa duração, o que seria um elemento chave para um design destinado às áreas rurais.

Software de modelagem visa melhorar designs de pequenas turbinas de vento




Muita pesquisa e foco é dado às grandes turbinas eólicas horizontais porque são capazes de gerar energia tanto individualmente como em grandes parques eólicos, mas pequenas turbinas eólicas em ambientes mais urbanos ainda podem ser bem potentes se estas forem projetadas e posicionadas de forma que lhes permitam gerar mais energia. Mas quais projetos são melhores e onde exatamente no telhado ficaiam melhor posicionadas? É exatamente para descobrir estes temas que o novo software de modelagem usado pelos pesquisadores da Universidade de Murdoch está sendo usada.

"O conhecimento de intensidade de turbulência ajuda a prever a carga na máquina, por isso informa a força necessária e o desenho dos componentes de turbina, incluindo a torre e as lâminas. Precisamos de dados precisos para garantir que as turbinas seráo fortes o suficiente para todas as condições ", disse o estudante de doutorado Amir Tabrizi.

Tabrizi está trabalhando no desenvolvimento de um modelo computacional de dinâmica de fluidos tridimensional construído com software Open FOAM que irá incorporar vários ambientais e eólicos outros fatores tais como altura, direções de vento prevalecentes e os efeitos de distorção das diferentes formas dos prédios. Até agora, ele descobriu que no último andar dos prédios e em locais abertos a turbulência e extremante mais forte do que o normal e que o atual design de turbinas eólicas de pequeno porte, que são baseadas nas grandes turbinas, tem que ser redesenhadas.

Protótipo Solar concentra a energia solar com um vidro Orb, e aumenta a eficiência Fotovoltaica em 35%



Quando se fala em energia solar concentrada, que geralmente significa focalizar a energia do sol de uma grande área em uma área menor, o que gera uma grande quantidade de calor e que pode ser usado para produzir eletricidade. Mas um protótipo diferente de um método de energia solar concentrada focaliza a luz solar sobre um painel fotovoltaico, e diz-se ser capaz de aumentar a eficiência em até 35%.

O gerador solar de lente esférica do ß.torics (Beta Torics) do designer e arquiteto Barcelonês André Broessel usa uma grande bola de vidro cheia de água para concentrar a energia do sol (em até 10.000 vezes!) num painel fotovoltaico de pequeno porte. O seu desenho também integra um sistema de rastreamento totalmente rotativo para otimizar o ganho de energia solar ao longo do dia, e diz-se ser capaz de ser montada sobre as paredes para utilização com os painéis solares fotovoltaicos, bem como para aplicações térmicas.
© Raw Lemon

Este é um dispositivo bonito, mas há pelo menos uma grande questão que surge quando se discute a idéia de integrar essas unidades em edifícios, o peso dessas gigantes lentes cheias d’água, o que pode facilmente superar quaisquer outras opções de dispositivos solares para paredes e ou tetos. Outros fatores limitantes na produção destes pode ser o alto custo (e a tecnologia necessária) para a transformar bolas de vidro de dimensões significativas em lentes esféricas perfeitas, tal como a do protótipo e as temperaturas elevadas geradas na superfície dos painéis fotovoltaicos.

O projeto de gerador esférico de energia solar da ß.torics está aguardando aprovação de patente. Para mais informações, consulte ß.torics © Raw Lemon

O substituto do petróleo deve ser sintético, não natural, diz Venter




Um recente anúncio do célebre cientista e empresário Craig Venter sugere que o plano de criar o primeiro bicombustível do mundo para o mercado de massa parece ter estacionado. Em uma parceria entre o venerado Venter e a equipe de pesquisa da ExxonMobil, planejam desenvolver um biocombustível comercialmente viável a partir de algas.

Uma vez que algas geram naturalmente óleo em quantidades mais elevadas do que os cultiváveis em terra, acreditava-se que as algas poderiam ser a chave para o desenvolvimento de um bicombustível sustentável.

Primeiro veículo hibrido híbrido movido a combustível de algas no mundo.



Josh Tickellis é o criador da Organização Van Veggie e o diretor de "combustível", que foi homenageado como o criador do melhor documentário no Festival de Cinema de Sundance 2008.

Tickell criou o Algaeus, que como o nome sugere, é primeiro veículo híbrido elétrico movido a algas. Essencialmente, o Algaeus é uma versão elaborada do Prius, com já baixo consumo de combustível. Tickell acrescentou uma bateria de níquel-hidreto metálico e uma chave para o carro híbrido. Em vez de gasolina, o motor do carro funciona no combustível de algas.

O set-up é tão eficaz que os Algaeus usa cerca de 25 galões para atravessar de costa a costa os Estados Unidos. Desenvolvido pela pioneira empresa ecológica Sapphire Energy, o combustível feito a partir de algas é produzido em uma fazenda no deserto do Novo México.

Os defensores de combustível de algas afirmam que este tem o potencial para ser uma nova fonte de energia 100 por cento neutra em carbono, que não vai exigir mudança de infra-estrutura energética do país.

Casa de design no deserto de baixa manutenção concebida por Gracia Studio

Esta é a casa do deserto projetada para ter baixa manutenção pela Gracia Studio. Esta casa é caracterizada por ter piscina no exterior e sala aberta. Os materiais utilizados na sua construção são cuidadosamente escolhidos para resistir a furacões e também necessitam de um mínimo de manutenção. Basicamente, a casa é um plano aberto para as áreas comuns e os quartos são um pouco mais fechados para se ter privacidade. É composta por concreto combinando a cor natural da terra local. Algumas paredes são cobertas com ladrilhos a fim de apresentar uma tradicional arquitetura "Nordestina" em seu projeto. A planta baixa é muito fácil e flexível devido à estrutura linear de cada casa. A simplicidade da piso plano corresponde à simplicidade do design do exterior tornando o local ideal para desfrutar da natureza.

Lendária Ponta da Pirabura, Naufrágio do Príncipe de Astúrias e Outras Histórias

O Príncipe das Astúrias danifica fatalmente o casco do navio nas rochas da Ponta da Pirabura, o naufrágio aconteceu em menos de 5 minutos A ...