domingo, 29 de dezembro de 2013

Os Heróis da Bruzundanga

Assum Preto, o herói cangaceiro cego, a bela Mani, filha da terra e o Visconde Quaresma tem a missão de transformar a Bruzundanga de 2094

O titulo 'Os Heróis da Bruzundanga' refere-se ao conjunto de historias no formato de HQ, vividas por uma liga de três personagens brasileiros, que juntam seus talentos especiais e poderes para salvar o fictício pais da Bruzundanga de seus mais temíveis e improváveis vilões.

Saiba mais sobre os Her'is da Bruzundanga

Nessa ficção o Brasil é perfeito no que diz respeito a administração publica, nenhum traço de corrupção, a economia cresce vertiginosamente e nossa cultura é adorada no mundo todo.

O Brasil chegou nesse ponto quando uma linha de tempo alternativa foi criada a partir do momento que o então presidente, Floriano Peixoto decide aceitar as propostas de reforma apresentadas por Policarpo Quaresma no ano de 1893

Policarpo Quaresma, seus sobrinhos e descendentes passaram a estar a frente de todas as decisões políticas do Brasil, é como se uma nova família real surgisse (apesar da objeção dos Quaresmas à monarquia). Eles preferem ter seus cargos a titulo de ‘Os Guardiões da Ordem e do Progresso.

Luiz Pagano como Assum Preto

Já a Buzundanga não, lá a corrupção corre solta, é um problema endêmico. As duas classes dominantes, a dos doutores e a dos novos ricos, mergulharam o pais num ciclo vicioso de crimes e corrupção; que de forma incomum aumentaram muito a distinção entre pobres e ricos.

Nesse cenário decadente a violência e o ódio ocupam todas as escalas sociais..

A genialidade de Lima Barreto e seus livros ‘Triste Fim de Policarpo Quaresma’, e ‘Os Bruzundangas (a qual não tenho a menor pretensão de me equiparar) servem como base e fundação para uma rica e infinita linha de personagens e aventuras.

Sempre fico incomodado pelo fato de Lima Barreto nunca ter tido um assento na Academia Brasileira de Letras, esse desconforto cresce exponencialmente quando se considera que o Sarney tem um – fazer o que né!?!?!

A trama...

O ano é 2093, duzentos anos depois das reformas de Quaresma/Peixoto - o mandachuva da Bruzundanga (mandachuva é o termo que se usa para designar o presidente), Dr. Kasthriotoh Krat Ben preocupado com os aterrorizantes índices de subdesenvolvimento e corrupção convida uma liga de heróis da moderna e democrática nação dos Estados Omni Utocráticos do Brasil, um dos países mais avançados e copiados do mundo, para livrar o país das mazelas que tanto entravam o seu desenvolvimento. A liga de heróis é integrada por:

Assum Preto, ou simplesmente Assum - um anti-herói cangaceiro que, tal como o pássaro de mesmo nome, ficou cego dos olhos em função da exposição prolongada à radiação do lixo atômico de Angra dos Reis, enterrado no solo remoto da Lajedo do Pai Mateu. Essa mesma radiação fez com que tivesse poderes especiais e sua cegueira é enormemente compensada por sua força, selvageria e sentidos aguçados.

Entre outras coisas Assum Preto detesta a corrupção pois sabe que muitos corruptos jamais são punidos. Agora tem carta branca e promete punir cada um deles
Mani, sua mãe ficou grávida da terra e por preconceito, foi expulsa da tribo. Logo ao nascer Mani já sabia falar e conhecia os segredos da selva, mas nao foi capaz de salvar sua mãe que morreu alguns minutos apos o parto.

Visconde Quaresma o Herói do Brasil e da Bruzundanga

Como líder dessa liga, o Visconde Quaresma integra o grupo - parente bem menos ingênuo do bem conhecido Policarpo Quaresma. Visconde Quaresma tem QI acima dos 300 pontos e ama o Brasil tanto quanto seu antepassado

Juntos tem o compromisso de transformar a Bruzundanga num pais igual ou melhor ao Brasil.

Bruzundanga – que país é esse?

A Bruzundanga fica na zona tropical e sub tropical, tem 18 ou 29 províncias e sua capital é Bosomsy

A Republica dos Estados Unidos da Bruzndanga foi criada pelo escritor Lima Barreto, publicado postumamente em 1922.

Lima Barreto define sua criação, “A Bruzundanga fornece matéria de sobra para livrarnos, a nós do Brasil, de piores males, pois possui maiores e mais completos. Sua missão é, portanto, como a dos maiores da Arte, livrarnos dos outros, naturalmente menores”.

A Bruzundanga é um país fictício, onde há, tal a como na Primeira República, diversos problemas sociais, econômicos e culturais. Os políticos são nomeados pelo voto, mas quem vota não tem a menor idéia do que faz. O presidente tratado por 'Mandachuva' e engajado na política através do sogro que o quer em bom cargo para as filhas, “chegou à presidência graças à sua ignorância e logo que se viu empossado se cercou de sua clientela”. Cargos são entregues devido à beleza dos candidatos que devem saber dançar, cumprimentar e sorrir para impressionar os estrangeiros.

Os cidadãos comuns de Bruzundanga quase morrem de fome, mas comprometem quase toda sua renda para vestirem-se à moda da Sibéria. Também quase morrem de calor posto que habitam as regiões tropicais e semi-tropicais, mas fazem isso para impressionar os estrangeiros. Gostam de tudo que vem do exterior, julgam belo tudo o que é admirado pelos países estranhos e seus sábios, dizem admirar a escola de poesia ‘Samoieda’, apesar de não compreenderem muito bem este estilo, o nome confere uma certa magia e exotismo. O povo da Bruzundanga é doce e crente, mais supersticioso do que crente, e entre as suas superstições está esta do ouro. Eles nunca o viram, eles nunca sentiram o seu brilho fascinador; mas todo o bruzundanguense está certo de que possui no seu quintal um filão de ouro.

Ao contrario do que acredita-se, Mani circula por meios urbanos e domina armas e tecnologia, mas como não é seu ambiente natural, quanto mais tempo passa longe da natureza, mais reduzem seus poderes - A única forma de reabastecer suas baterias é livrar-se de roupas e qualquer outra artificialidade urbana e correr para o meio da natureza. 

O país vive de expedientes, isto é, de cinqüenta em cinqüenta anos, descobre-se nele um produto que fica sendo a sua riqueza. Os governos taxam-no a mais não poder, de modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de impostos sobre produtos semelhantes, acabam, na concorrência, por derrotar a Bruzundanga; e, assim, faz morrer a sua riqueza,

Com o café dá-se uma coisa interessante. O café é tido como uma das maiores riquezas do país; entretanto é também uma das maiores pobrezas. O café é o maior "mordedor" das finanças da Bruzundanga. A cultura do café é a base da oligarquia política que domina a nação. A sua árvore é cultivada em grandes latifúndios pertencentes a essa gente, que, em geral, mal os conhece, deixando-os entregues a administradores. 

Os proprietários dos latifúndios vivem nas cidades, gastando à larga, levando vida de nababos e com fumaças de aristocratas. Quando o café não lhes dá o bastante para as suas imponências e as da família, começam a clamar que o país vai à garra; que é preciso salvar a lavoura; que o café é a base da vida econômica do país; e -- zás -- arranjam meios e modos do governo central decretar um empréstimo de milhões para valorizar o produto.
 
Assum Preto, o herói Cangaceiro - Tem uma estranha ética e respeito pela vida, para ele, corruptos (tais quais aqueles que sorrateiramente enterraram material radioativo no lindo Aterro do Pai Mateo) são como tecidos cancerígenos que precisam ser extirpados da sociedade. 

Ainda na Bruzundanga de Barreto, diversas espécies de escolas mantidas pelo governo geral, pelos governos provinciais e por particulares. Estas últimas são chamadas livres e as outras oficiais. Desses alunos pouco é exigido, o sistema educacional é enormemente falho valoriza os filhos dos poderosos, que fazem os pais desdobrarem-se em bancas de exames, conseguindo aprovar os pequenos em aritmética sem que ao menos saibam somar frações. Os futuros diretores da República dos Estados Unidos da Bruzundanga acabam os cursos mais ignorantes e presunçosos do que quando para lá entraram. São esses tais que berram: "Sou formado! Está falando com um homem formado!"

Tal como o pássaro da letra de Luis Gonzaga, Assum Preto ficou muito mais sensível e perceptivo após o acidente que lhe custou a visão - todos seus ímpetos parecem ter crescido a novas dimensões, seu lado de cangaceiro selvagem não foi exceção. Uma de suas armas preferidas é o EPD (Extrator Parietal Duplo), espadas duplas, com jogo de laminas e servomotores de alta velocidade, controlados por múltiplos sensores.

A Bruzundanga de 2093 é o local perfeito para o encontro de vilões tão poderosos, míticos e improváveis que torna a tarefa de combate-los algo que beira a impossibilidade, principalmente quando entra em cena Fujoshi*, amada arquiinimiga de Quaresma.
(*Fujoshi - 腐女子 - alem de ser o nome do Nêmesis de Quaresma, é um termo difamatório japonês usado para identificar fãs de mangá. Fujoshi é o inimigo que Quaresma ama e odeia, tal qual faz Pagano que pratica sua Antropofagia à cultura Japonesa para obter o estilo Tupi-Pop, que caracteriza sua arte).

“Os Bruzundangas” escrito nos anos anteriores a morte de Lima Barreto, é uma sátira mordaz ao Brasil, que não estranhamente, continua válida e atual e por isso torna-se o ambiente perfeito para nossos heróis.

Aguarde, a HQ 'Os Heróis da Bruzundanga' tem previsão de lançamento para agosto de 2016.


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