Essa é uma pergunta retórica. Tem o objetivo de questionar a volta as origens essenciais da cultura Brasileira. É difícil extrapolar uma cultura dessas mas com certeza seria um pais com mais respeito pela natureza, menos desgaste entre as culturas que chegaram depois.
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A idéia aqui não é colocar o índio fora de seus valores, de sua terra, de sua essência. Pelo contrario – como aconteceu com muitas outras culturas prosperas (tais como a Japonesa, Chinesa, etc.) a idéia é simular como que 200 anos (ou mais) de evolução fizesse com que essa cultura amadurecesse e se mostrasse importante para o resto do mundo.
Admiro muito como os Japoneses fizeram sobreviver muitos aspectos culturais dos seus antepassados tribais, os Ainos, e estes mesmos fizeram sobreviver muito de suas antigas tribos Okhotsk e Satsumon, e os acontecimentos que advirão da unificação dos shogunatos de 1590. Fatores históricos que fizeram com que cada integrante de sua cultura tivessem maturidade social e sobrevivessem a toda interferência cultural até os dias de hoje. "Temos que agregar o melhor da evolução social, tecnológica, etc, mas guardar e respeitar a nossa essência" dizia meu grande amigo descendente de Japoneses Pedro Takaki. Acredito que esta teria sido a evolução cultural mais adequada aqui no Brasil com nossas etnias locais.
Os povos indígenas brasileiros deram contribuições significativas para a cultura mundial, como a domesticação da mandioca e o aproveitamento de várias plantas nativas, como o milho, o tabaco, o guaraná, a erva-mate, a batata-doce, a pimenta, o caju, o abacaxi, o cará, o pinhão, o açaí, a pitanga, a jabuticaba, a mangaba, o cajá, o umbu, o urucum, o jenipapo, o maracujá, a goiaba, o pequi, o jambu, o jatobá, o buriti, a carnaúba, a juçara, a pupunha, o jerivá, a copaíba, a andiroba, o tucum etc. Além disso, difundiram o uso da rede de dormir e a prática da peteca.
Os brasilíndios tinham como organização básica a aldeia ou a taba, formadas pelas ocas ou malocas, dispostas em círculos, onde viviam as famílias. O governo era exercido por um conselho - nheengaba -, formado pelos mais velhos, e só em época de guerra escolhiam um chefe, o cacique ou morubixaba.
Assim como a cultura japonesa, as diversas etnias preservaram sua cultura e evoluíram muito em todos os outros aspectos. No Brasil idealizado sob estes preceitos, as grandes ocas comunitárias funcionariam como centros culturais, onde qualquer um poderia pousar e executar sua pesquisa ou trabalho.
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Assim como os Japoneses que associam tradição a inovação as ‘Ocas Tecnológicas’ são a prova que as etnias brasileiras são evoluídas sem perder a essência.
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Para que esta historia alternativa pudesse seguir seu curso na forma que especulo, muitas coisas deveriam ser alteradas no passado. Creio que a mudança mais importante seria a - não promulgação - da lei que proíbe o uso de idiomas indígenas em todo território nacional redigida pelo Marquês de Pombal.
A língua tupi era a língua originalmente falada pelos povos tupis da América do Sul (tupinambás, tupiniquins, caetés, tamoios, potiguaras, temiminós, tabajaras etc.). Foi aprendida pelos colonizadores portugueses e, por intermédio destes e de seus descendentes, se tornou o idioma mais usado no Brasil durante os séculos XVI e XVII
Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga (peixe seco, em Tupi Antigo- “xe pe Piratining çui” – “vou para o local onde os peixes são secos”) era quase sinônimo de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.
O ponto final dessa cultura indianista se deu com o Irritado Marquês de Pombal (1699-1782), que então governava Portugal e suas colônias. Cansado dos problemas que tinha com uma falta de uniformidade de idiomas em São Paulo, resolveu impor o português por decreto, em 1758. O Diretório dos Índios, proibiu o uso de todas as línguas indígenas e o ensino do nheengatu, “invenção diabólica” dos jesuítas.
Hoje, o uso do Tupi Antigo, ou língua geral, base de todos os idiomas étnicos brasileiros, se restringe à região do alto Rio Negro e a um pedaço da Venezuela.
Eduardo Navarro fundador da 'Tupi Aqui', uma organização não-governamental (ONG) que tem por objetivo lutar pela inclusão do idioma como matéria optativa no currículo das escolas paulistas, assim como nosso querido Policarpo Quaresma, enxerga a importância cultural de nossa herança proibida por decreto "O Tupi Antigo foi a língua que falaram Tibiriçá, Coiobi, Araribóia, Felipe Camarão, Cunhambebe, Bartira, João Ramalho, Caramuru, Soares Moreno, Martim Afonso Leão, nomes a todos familiares desde o curso primário, língua que foi descrita a falada por Anchieta, por Luis Figueira, falada por Antonio Vieira, língua que em forma evoluída, Fernão Dias Paes, Borba Gato, Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhangüera), Raposo Tavares falaram e levaram com suas bandeiras para as regiões interioranas do Brasil, língua que Gonçalves Dias e José de Alencar tentaram aprender para compor suas obras e afirmar uma literatura nacional, em oposição a literatura lusitana".
O conceito de "índio" é uma invenção europeia. Os habitantes originais das Américas nunca se enxergaram como um povo uno. Pelo contrário, diferentes grupos indígenas nutriam grande animosidade e constantemente guerreavam entre si. No Brasil, os tupis viviam ao longo do litoral quando da chegada dos portugueses, sendo oriundos, no entanto, da Amazônia. Uma "identidade indígena" só foi criada séculos depois, com a chegada dos europeus.
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Na cidade que evoluiu da cultura indígena a natureza é sempre respeitada e as casas ainda mantém o formato de ocas
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A população indígena brasileira é formada por 305 grupos étnicos diferentes entre si. Essa diversidade fica clara quando pensamos na quantidade de línguas faladas no Brasil. Pesquisas do lingüista Aryon Rodrigues, da UNB, mostram que há 180 delas no país. Deste conjunto, algumas estão praticamente extintas, como a karipúna, que um único índio conhece.
A primeira classificação dos indígenas foi feita pelos jesuítas, baseada na língua e na localização. Os que habitavam o litoral (os tupis), foram chamados de índios de língua geral e os que viviam no interior (tapuias), de índios de língua travada. No século XIX, o estudioso alemão Karl von den Steinen, apresentou a primeira classificação científica dos indígenas bra-sileiros, dividindo-os em quatro grandes grupos básicos ou nações:
1)Tupis-Guaranis;
2)Jês ou Tapuias;
3)Nuaruaques ou Maipurés e
4)Caraíbas ou Caribas.
E quatro grupos menores:
5)Goitacás;
6)Panos;
7)Miranhas; e
8)Guaicurus.
Até meados dos anos 70, acreditava-se que o desaparecimento dos povos indígenas seria algo inevitável porem algo incrível aconteceu. Nos anos 80, verificou-se uma reversão da curva demográfica e, desde então, a população indígena no país vem crescido de forma homogênea, indicando uma retomada demográfica por parte da maioria desses povos, embora povos específicos tenham diminuído demograficamente e alguns estejam até ameaçados de extinção. Na listagem de povos indígenas no Brasil elaborada pelo ISA (Instituto Socioambiental), sete deles têm populações entre 5 e 40 indivíduos.
Dos 238 povos listados 43 têm parte de sua população residindo em outros países. Segundo o Censo do IBGE de 2010, 896.917 pessoas se declararam pertencentes a alguma etnia. Destes, 324.834 vivem em cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,47% da população total do país.
A Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados (CGIIRC) confirma a existência de 28 desses grupos. Em toda a América Latina, o Brasil é o único país a ter um órgão específico para desenvolver políticas de proteção a indios isolados.
As cidades que mais concentram populações indígenas são:
1) São Gabriel da Cachoeira (AM) – 76,31%
2) Uiramutã (RR) – 74,41%
3) Normandia (RR) – 57,21%
4) Santa Rosa do Purus (AC) – 48,29%
6) Baía da Traição (PB) – 47,70%
7) Pacaraima (RR) – 47,36%
8) Benjamin Constant do Sul (RS) – 40,73%
9) São João das Missões (MG) – 40,21%
Indianismo
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Quadro de José Maria de Medeiros, personagem Iracema do Romance de José de Alencar, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de janeiro 1881
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A partir do apoio de D. Pedro II aos intelectuais e artistas, o Romantismo brasileiro se transformou em projeto oficial, expressando sua ligação com a política. Para valorizar as origens da nacionalidade escolheu-se o índio, visto como parte integrante e como fundador da nação brasileira. Em 1856, quando Gonçalves de Magalhães publicou o poema Épico A Confederação dos Tamoios, obra financiada pelo Imperador, o índio passou a ser considerado o símbolo nacional. Idealizado, corajoso, puro e honrado, transformou-se na própria encarnação da jovem e independente nação brasileira, conduzida agora por D. Pedro II.
"Oswald de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um atelier da Place Clichy - umbigo do mundo -, descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria confirmou, no encantamento das descobertas manuelinas, a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato, de que alguns já desconfiavam, abriu seus olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia `pau-brasil'."
Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e transforma a cultura européia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura. Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.
O mesmo olhar de Oswald de Andrade foi o que tive em um sonho de 1983 quando, ao se olhar através da luneta do professor Lanzza a verdadeira essência das coisas se misturam com seu estado de espírito e algo surpreendentemente novo surge.
O quadro de Tarsila do Amaral pintado em 1928, o Apapuru é a obra de arte brasileira mais valorizada no mundo, tendo alcançado o valor de US$ 1,5 milhão, pago pelo colecionador argentino Eduardo Costantini em 1995. Encontra-se exposta no Museu de arte latino-americana de Buenos Aires (MALBA).
Abaporu vem dos termos em tupi aba (homem), pora (gente) e ú (comer), significando "homem que come gente".
O indianismo correu por algumas vertentes isoladas tais como O Indianismo barroco de Padre José de Anchieta; O Indianismo arcádico de Basílio da Gama, autor do poema épico O Uraguai; O Indianismo romântico de José de Alencar, na prosa, com os romances O Guarani, Iracema e Ubirajara, entre outros, nas artes plásticas, o quadro Moema, de Victor Meirelles, Marabá e O Último Tamoio, de Rodolfo Amoedo são grandes exemplos.
O Indianismo gonçalvino - Gonçalves Dias, na poesia, com poemas espalhados por vários livros, destacando-se I-Juca-Pirama, na qual relata a morte do último remanescente da tribo Tupi, devorado por índios da tribo dos Timbiras ; Marabá; bem como o inacabado Os Timbiras.
Dessa forma o movimento indianista se une ao modernismo antropofágico em nova tendência - O NOVO INDIANISMO.
Uma tradicional bebida alcoólica dos povos indígenas do Brasil, obtida da fermentação da mandioca é encontrada nos dias de hoje somente em reservas indígena. Porem, nesse Brasil alternativo o Cauim é tão popular quanto a cerveja e é fabricado por diversas Cooperativas Tribais Limitadas (CTL) - uma forma de cooperativa com fins comerciais que tem como filosofia a sustentabilidade e compromisso com a sociedade. O mercado do Cauim no Brasil é avaliado em quase um bilhão de reais, cinco vezes menor do que o de cerveja, mas encontra grande expansão no resto do mundo.
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Diversas marcas de Cauim (fermentado de mandioca típico dos nativos brasileiros) competem nesse acirrado mercado de bebidas
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Economia e sociedade 'Nova Tupi'
Nos dias de Hoje a agricultura é a principal atividade econômica dos povos indígenas, mas eles apreciam também a caça e a pesca, praticando-as sempre que possível. Realizam uma economia de subsistência, marcada pela distribuição e redistribuição dos bens produzidos e na qual relações de produção econômica, seja qual for a atividade, são pautadas por vínculos sociais definidos pelo parentesco. A “propriedade” (uso exclusivo) das roças e o consumo dos produtos é da família elementar, depois do nascimento dos filhos do casal, o que não exclui distribuição de bens produzidos ou adquiridos, serviços nas roças do sogro e a realização de mutirões dentro dos grupos macro familiares. A economia no Brasil alternativo 'Nova Tupi' ( Tupi-Pop ou TP-Pop), tem as mesmas raízes. Apesar de ser um sistema econômico muito similar ao socialista é completamente capitalista. Os índios aprenderam desde cedo o que Darwin citou como ‘Adaptabilidade’. Os índios sabem como ninguém como se adaptar às necessidades da natureza e do homem. e aprendeu a lucrar observando detalhadamente os hábitos de consumo de sua economia.
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Muito investimento em pesquisa para comprovar o conhecimento adquirido por diversas gerações tornaram a ‘Economia Nova Tupi’ em líder mundial em biotecnologia, um dos mais prósperos motores da economia Brasileira dos índios.
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Também tem um conhecimento empírico sobre os recursos naturais, que aliado a pesquisas e altos investimentos nos últimos 100 anos, levou a a patamares extremamente elevados, o Brasil alternativo divide a primeira posição junto com os Estados Unidos a posição de maior economia mundial.
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Na economia alternativa 'Nova Tupi' os restaurantes de comidas étnicas brasileiras não só tem grandes investimentos como também leva nossa cultura a todas as principais capitais do mundo |
Como em qualquer civilização, os padrões de
beleza e estética são muito radicalizados quando adolescentes os exploram. No
caso de indígenas brasileiros os discos labiais usados por Kayapos deram
origem a muitas outras formas de piercings e adornos. O "piercing
janela" é um disco de plexiglas embutido no lábio inferior e na bochecha
para que se possa ver o interior da boca e a linha da gengiva. O conceito tomou
uma nova vida com os jovens!
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O "piercing janela" é um disco de plexiglas embutido no lábio inferior e na bochecha para que se possa ver o interior da boca e a linha da gengiva. |
Conclusão
A lição que se aprende ao filosofar sobre tal consideração é a de que 'não é tarde de mais'. Ainda podemos e devemos nos orgulhar de nossas origens, valoriza-las e fazê-las sobreviver, viver feliz e prosperar. Talvez em dias próximos vejamos cenas como essas sem associarmos à ficção.
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