Luiz Pagano no lançamento da revista 'Os Heróis da Bruzundanga', no ultimo dia 17 de dezembro, na livraria Monkix da Vila Madalena
A cultura Tupi-Pop sai do campo virtual e passa a ser prototipada nesta primeira edição da História em Quadrinhos 'Os Heróis da Bruzundanga', na qual heróis brasileiros, baseados nas obras de Lima Barreto combatem o crime na turbulenta terra da Bruzundanga. A trama se passa no ano de 2093, numa linha do tempo alternava na qual Policarpo Quaresma não morreu e o presidente Floriano Peixoto adotou as reformas por ele apresentadas duzentos anos atrás, o Brasil é uma terra de muita prosperidade cuja cultura é cultuada no mundo todo.
O lançamento da HQ ocorreu no ultimo dia 17 de dezembro, na livraria Monkix da Vila Madalena.
Não foi a toa que as obras de Lima Barreto servem de pano de fundo aos Heróis da Bruzundanga, a genialidade de Barreto é atemporal em mostrar o amor pelas coisas do Brasil, com seu bom povo de coração humilde e atitude pacifica, que mal se vê capaz de empenhar sua força no conflito contra impunes vilões, de caráter retorcido, presentes em nossa vida cotidiana.
Tarde de autografos na livraria Monkix. a direita, Hot Toys articulados do cangaceiro Assum Preto, a india Mani e descendente de Policarpo, o Visconde Quaresma.
Os Heróis da Bruzundanga surgem no já extenso panteão de deidades do mundo comics, trazendo a inusitada e quase impossível tarefa de resgatar a dignidade de sua gente. Tal qual no livro Os Bruzundangas de 1923, Lima Barreto pinta o Brasil como o país perfeito, de economia invejável e infra estrutura copiada pelas principais nações do mundo, muito diferente da sofrida Bruzundanga, com suas graves mazelas - este sim claramente baseado no Brasil real.
Ocasionalmente vemos romances nacionais transformados em HQs, mas é muito raro vermos uma HQ que tome como base para criação de seus heróis, historias da literatura e da tradição oral dos mais de 300 povos brasileiros, traduzidos em situações de perder o fôlego, por este incansável estudioso dos temas brasileiros. Pagano narra com estilo próprio a saga de heróis improváveis e charmosos, vilões poderosos e misteriosos, vivamente mal-intencionados e de poderes praticante insuperáveis. O traço acadêmico, que Pagano domina com maestria, aparece aqui na forma de traços de mão solta, simples e trêmulos, como mero expediente refinado de um grande contador de historias.
Alem da Monkix, a obra ainda pode ser encontrada nas livrarias geeks da cidade de São Paulo, bem como na loja virtual PopUp Draw
Capa do primeiro episodio de Angá Ava, as aventuras de Haans Staden em meio aos mais de 200 espíritos das etnias brasileiras
Curioso como qualquer Otaku conhece de cór
os mais de 500 pokemons e suas evoluções, mas quase ninguém consegue citar ao
menos 10 etnias indígenas Brasileiras. Trata-se de quase um milhão de pessoas, divididas
aproximadamente 305 grupos étnicos, falando 274 idiomas diferentes, com sua
própria concepção de mundo, religião, conhecimentos únicos de botânica,
ecologia e sustentabilidade. Conheça os mais de 240 povos indígenas Brasileiros
Nesse sentido, nos resolvemos apresentar
nossa versão, num manga chamado Angá Avá, palavras em Guarani para designar os
espíritos da floresta de Pindorama.
Sinopse
Enquanto caminhava na floresta, o
desenhista explorador Haans Staden buscava ilustrar cada detalhe de tudo que
via em suas viagens pelo Brasil, até que certo dia encontrou um muiraquitã
dentro de um poço, decidido a pegar a linda peça, Hanns cuidadosamente desce e
percebe que o poço é muito mais fundo do que houvera percebido. Quando estava
quase alcançando o muiraquitã, Hanns cai e fica inconsciente.
Ao perceber que Haans está exausto, um Tëpë Ashaninka oferece Piyarentsi (bebida ritual Ashaninka), com intuito de repor suas forças espirituais para assim, poder terminar sua jornada
Ao recobrar os sentidos, Haans se vê
cercado de pequenos indiozinhos Xavantes, que chamam a eles mesmos de Angá Avás
(espíritos da floresta), o pequeno indiozinho diz a Haans que ele acabara de
chegar a um plano dimensional chamado de UHIRI, e que nesse plano uma batalha
estava em curso entre os Napës e os Tëpës.
Revoltados com a ignorância dos homens das
cidades, os Napë (palavra em idioma Ianomâmi para homens urbanos) indígenas de
mais de duzentas nações do Brasil, os Tëpë (também em linguagem Ianomâmi,
significa seres vivos, termo usado para se auto denominarem) pediram ao Grande
Tupã que os impedisse de destruir a floresta. Sabendo que o progresso é
inevitável o sábio Tupã decidiu que todas as questões fossem resolvidas uma a
uma, em arenas de disputa no plano
UHIRI (plano florestal superior, também em ianomâmi ), sabendo que a cada
vitoria ou perda nesse mundo, geraria conseqüências no mundo real, no qual
Haans habitava.
Hanns chega a cidade de Salvador acompanhado de um Tëpë Xavante, palco de uma grande batalha.
Nessas disputas, os Tëpë só podem utilizar
como armas os diversos espíritos da floresta, divididos em grupos pertencentes
a seus elementos naturais, o fogo, o ar, a água e a terra, enquanto que os Napë
podem utilizar as ferramentas existentes no mundo real.
É então que Haans, percebe que seu material
de desenho adquire poderes especiais e decide tomar partido, ajudando os
Tëpë...
O temível Dr. Grille chega em seu Serra-Móvel auxiliado por Yuyura Kakuaavai (arvore malcriada em Guaraní) um trapaceiro Angá Avá rebelde e vingativo
Se você quiser saber mais sobre as
aventuras de Haans, aguarde os próximos episódios de Angá Avá – Espíritos da
Floresta.
Luiz Pagano representante do INSTITUTO ALBERTO SANTOS=DUMONT em Tóquio no Japão com o propósito de entregar o MERITO HOMEM VOA a Masako Hori do departamento editorial e brand communication da AGORA Magazine e Yasuyuki Ukita, escritor e Jornalista, grande conhecedor de Santos=Dumont, Ukita é descendente de Kokichi Ukita (浮田幸吉 1757 - 1847) grande pioneiro da aviação japonesa No ultimo dia 29 de abril, Luiz Pagano viajou para o Japão, representando o Instituto Alberto Santos=Dumont, em nome de Ricardo Magalhães para a entrega do ‘Mérito Homem Voa’ à equipe da revista Agora, pela excelente matéria mencionada nesse artigo. Os diplomas foram entregues a Masako Hori do departamento editorial e brand communication da AGORA Magazine e Yasuyuki Ukita, escritor e Jornalista, grande conhecedor de Santos=Dumont e dos pioneiros da navegação aérea, ele mesmo descendente de Kokichi Ukita (浮田幸吉 de 1757 - 1847) grande pioneiro da aviação japonesa, que praticava vôo com asas concebidas e construídas por ele mesmo.
O ‘Merito Homem Voa’, idealizado por Pagano, foi instituído pelo Instituto Alberto Santos=Dumont comm o propósito de reconhecer as pessoas que se dispõem a se envolverem em atividades que celebrem a memória de Santos=Dumont, bem como a seus ideais.
Para compreender tal homenagem, precisamos voltar no tempo, quando Santos=Dumont ainda era um garoto. Seus amigos sentavam-se em uma mesa e saiam perguntando, em voz alta: “Pombo voa?” “Galinha voa?” “Urubu voa?” “Abelha voa?” E assim sucessivamente.
A cada chamada todos deviam levantar o dedo e responder. Acontecia porém que, de quando em quando, gritavam: “Cachorro voa?”, “Raposa voa?” ou algum disparate semelhante, a fim de surpreender os coleguinhas e alguém respondia errado. Uma vez que o desatento levantasse o dedo, tinha de pagar uma prenda.
Quando Santos=Dumont ouvia a pergunta “Homem voa?” Muitos anos antes de seus feitos, ele respondia “Voa!”, com entonação de certeza absoluta, e se recusava obstinadamente a pagar a prenda.
Foi por conta dessa brincadeira ingênua, paradoxal e de grande cunho profético de Santos=Dumont que o instituto Santos=Dumont criou o mérito HOMEM VOA, pois Santos=Dumont era de fato um ser ALADO, que sonhava com o voo individual, tal como fez o personagem mitológico Ícaro. Muito certamente, Santos=Dumont resolveu o problema do voo humano abordando todas as formas conhecidas pela ciência, desde o mais-leve-que-o-ar por meio de balões e dirigíveis, e em seguida o mais-pesado-que-o-ar, com biplanos e monoplanos, chegou até mesmo a idealizar o voo ornitóptero, engenho esse que mesmo após cem anos, não temos a ousadia de empreender.
Muitos dizem que Santos=Dumont fez mais do que entregar o lindo sonho do voo à humanidade, a julgar pelo elegante desenho de seus inventos, ele se metia dentro da solução simples e elegante, proporcionada pelo cesto de vime e se vestia seus inventos voadores – pode-se dizer sem receios que Santos=Dumont inventava ‘trajes de voar’.
A criatividade e a mente inovadora, que permite homens alem de seu tempo, a ignorarem a gravidade e alçarem voo, real ou metafórico, para além dos limites impostos das pseudo-barreiras, é um dom, e por isso o INSTITUTO ALBERTO SANTOS=DUMONT reconhece e premia o HOMEM QUE VOA.
O que a comunidade Japonesa pensa sobre Santos=Dumont
A comunidade japonesa é conclusiva em favor de Santos=Dumont x os irmãos Wright, na disputa ‘quem deu asas à humanidade’
No ultimo dia 11 de fevereiro, o chamado experimento LIGO provou que as ondas gravitacionais existem e abriu uma nova era dos estudos da astrofísica, certo?
- Errado, dois irmãos de Dayton, no Estado de Ohio nos Estados Unidos, tornaram-se os primeiros a provar a existência de tais ondas, três anos atrás.
- Sim, algumas pessoas que estavam perto viram o feito.
Hoje uma afirmação como estas seria considerada ridícula, sem propósito e com falta total de critérios - um absurdo, mas foi exatamente o que aconteceu com Santos-Dumont.
Na manhã de 12 de novembro de 1906 o mundo estava em êxtase, pela primeira vez, o homem havia sido capaz de alcançar o sonho máximo, voou com uma máquina auto-propelida, mais pesada do que o ar, na presença da comunidade científica, de jornalistas de vários países do mundo e outras muitas centenas de pessoas.
Alguns dias mais tarde, a mídia americana levianamente desmentiu, dizendo que os irmãos de Dayton, OH já tinham voado três anos antes que o Sr. Dumont, na presença de 4 ou 5 passantes.
Santos-Dumont dedicou grande parte de sua vida para o vôo, estudou minuciosamente os pássaros e as dinâmicas de vôo, voou em muitas cestas de balões, dirigíveis projetados por ele em 15 anos de pesquisa, criou 14 invenções precursoras até que pudesse efetivamente voar naquele dia.
Mas para o bem da história, a comunidade japonesa é muito cuidadosa e dedicado a afirmações criteriosas e é do Japão que vem o resgate da verdade.
Na sua última edição, a revista AGORA, dirigida para os altos executivos distribuídas aos passageiros da JAL por meio de uma taxa anual particularmente elevada, traz um extenso artigo que descreve a surpreendente verdade sobre a vida de Santos=Dumont, e sobre as distorções históricas que levaram os irmãos Wright para a glória indevida, e por terem jogado Santos=Dumont ao esquecimento.
Mas agora, as coisas começam a mudar, o artigo não deixa dúvidas:
"... o que de fato tornou Santos=Dumont ainda mais conhecido no mundo, foram suas apresentações no ano de 1906 no Bois de Boulogne, com um esquisito aeroplano motorizado em forma de pipa, com o nome de (Bis). Ele voou 60 metros. (o vôo de Santos=Dumont foi feito na frente de milhares de testemunhas, inclusive cientistas e repórteres jornalísticos; já o vôo de 1903, dos irmãos Whright foi presenciado por apenas cinco pessoas do povo).
Santos=Dumont Club - historia do homem que deu asas a humanidade - Santos=Dumont
Com isso, Santos=Dumont passa a ser muito querido por ser o primeiro homem a realizar o maior sonho da humanidade,
‘Não, Quem primeiro voou pelos céus com uma precária maquina foram os irmãos Wright, quanto a isso ninguém teria o bom senso de questionar’ – É esse suposto “fato histórico”, que erroneamente permanece na cabeça das pessoas do século XXI ao redor do mundo. Más o “bom senso” confirma que o primeiro a ter vencido os céus, foi o brasileiro radicado em Paris, Alberto Santos=Dumont.
Se a 100 anos atrás, ou mais, você perguntasse em qualquer lugar do mundo, até mesmo nas esquinas de Ginza em Toquio “Você sabe quem é Santos=Dumont?”, as pessoas provavelmente responderiam que sim. Hoje talvez, algumas pessoas possam se lembrar dele por lembrarem-se da famosa série ‘Cartier Santos watch’ (de fato, o relógio foi originalmente concebido para permitir que Santos=Dumont manobrasse seu dirigível, e presenteado por seu estimado amigo, Louis Cartier).
Fica-se com uma má sensação de que Santos=Dumont é mais uma das crianças que ficaram para trás, na escuridão da história.
Os japoneses sempre deram o devido valor à história e as realizações de Santos-Dumont. Em 1976 existia um clube dedicado exclusivamente ao pioneiro da aviação sua memória nobre.
Santos=Dumont Club - Japan 1976
Dirigido pelo mestre Morita, esse clube era conhecido por fomentar o intercâmbio de informações entre a Fundação Santos-Dumont, na figura de seu então vice-presidente, Fernando E. Lee.
Em 2004, ao pesquisarem a real história da descoberta do vôo humano, duas revistas publicaram matérias sobre a vida de Santos=Dumont, a Seven Seas, revista dedicada aos consumidores de luxo e membros do Clube Seven Seas, que traz 45 paginas, com maravilhosas fotos, mostrando lugares freqüentados por Santos=Dumont no Brasil e no mundo e uma edição especial do 世界の腕時計. (Mundo dos relógios), ambas tratam de como Santos=Dumont, um gênio criativo, homem elegante que faz pesquisas criteriosas chega a invenção do mais pesado-que-o-ar num processo inventivo criterioso, mas que cai no esquecimento do publico dos dias de hoje, a seguir transcrevo o texto da Mundo dos relógios.
"... Aos 22 outubro de 1906, uma máquina de vôo de forma bizarra, como parecida com uma pipa-caixa decolou nos jardins do Bois de Boulogne, em Paris, e voou 60m.
Foi um enorme sucesso na Europa, quando o primeiro vôo motorizado ocorreu. Projetada e manobrada por Santos-Dumont, a máquina voadora de bambu tinha uma envergadura de 12m, 10m de comprimento total, e era coberto com seda japonesa, uma aeronave estilo ‘canard’ chamada 14-bis (bis significa "de novo", porque foi a 14º tentativa de construir uma máquina voadora, totalmente projetada e testada por ele).
Três semanas depois, ele voou 100m com a mesma aeronave, e ganhou o prêmio Archdeacon, a ser dado para "o primeiro que pilotar uma aeronave mais pesada que o ar, por mais de 100m".
Mas então, os irmãos Wright chegaram anunciando que eles já tinham voado, no dia 17 de dezembro de 1903 nos Estados Unidos, num vôo bem sucedido de 12 segundos com o leve 'Flyer1', na presença de observadores. E assim, Santos-Dumont perdia a honra de ser o primeiro do mundo a voar).
Equipe de Masako Hori e o Professor Ricardo Magalhães, fazendo suas pesquisas no museu S=D, em Petrópolis
Santos-Dumont emigrou para Paris em 1891, ele era um homem de pequena estatura, que vestia-se de forma muito elegante e que dividia seu tempo em corridas de automóveis e jantares em restaurantes de primeira classe, ele sempre demonstrou grande interesse em voar pelos céus. No ano de 1898, ele flutuou no espaço vazio, com o seu primeiro, pequeno balão, desenhado por ele. Após esta primeira invenção, ele concebeu mais 14 máquinas voadoras, 10 delas foram dirigíveis, com o dirigível nº 6, ele foi o primeiro homem a manobrar um dirigível, em uma rota pré-determinada em torno da Torre Eiffel, em tempo limitado e com isso, ganhou o Prêmio Deutsch. Depois disso, ele criou mais 4 aviões, até alcançar o sucesso em voar com o 14-Bis. Em 1907 ele atinge seu auge com a invenção do seu último avião, com um comprimento total de 8m, o "Demoiselle", foi elegante e delicada."
世界 の 腕時計. (O mundo dos religious) sobre a série Cartier Santos Watches
'Mistérios não resolvidos' e 'Reescrevendo a História'
A comunidade japonesa sempre teve grande expressividade na Aviação Brasileira, o Brasil tem a maior comunidade de Japoneses fora do Japão – na foto Ricardo Magalhães, VP do Instituto A. Santos=Dumont, Luiz Pagano blogger de Santos=Dumont e o primeiro oficial-general de descendência japonesa e que chegou ao mais alto posto da instituição, o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Masao Kawanami – jardim japonês e placa da homenagem da comunidade Nipo-Brasileira no Hospital de Núcleo da Força Aérea em São Paulo.
Por que a opinião pública em todo o mundo decide adotar os irmãos 'e a abandonar Santos-Dumont?
Para responder a esta pergunta, eu convido o leitor a fazer uma investigação mais aprofundada. No entanto, atrevo-me a dizer que o início do século foi uma época de grandes descobertas, a supremacia dos países era avaliada pela forma como eles apresentaram suas invenções em feiras mundiais. Os Estados Unidos da América foram os inventores do marketing e sempre dominaram a propaganda estatal - Por que então um homem pertencente a um país inexpressivo, de uma colônia recentemente libertada de Portugal, teria direito a primazia do vôo?
Publicações mencionadas nessa matéria
Revista Agora – 27 de Fevereiro de 2016 (edição de Março/16)
Publishing House - JAPAN AIRLINES CO. LTD
40-8637 Shinagawa-ku, Tokyo Higashi 2-4-11
Reportágem de 堀 雅子 (Masako Hori)
Escritor-jornalista Yasuyuki Ukieta,
Fotógrafo Taisuke Yoshida
日本 サントス · ドゥモン クラブ -1976
Santos Dumont Club Japan
Dirigida por Mestre Morita, no Japão
Parceiro técnico no Brasil Fernando E. Lee - VP em exercício da Fundação Santos Dumont
Revista 世界の腕時計 (O Mundo dos Relógios) - 20 de agosto de 2004
número 70
Editorial & Corporate Headquarter 3-39-2 Nakano, Nakano-ku, Tokyo 164-8551 Japan
Publisher: KESAHARO IMAI
Editor in Chief TOMOKO KAYAMA
Revista Seven Seas (セブン シーズ) - 7 de Julho de 2004
número 191
Meios de luxo internacional e Club Seven Seas
Publisher: International Luxury Media
Copyright(c) 2002-2016 Fujisan Magazine Service Co., Ltd.
Uma das expressões plásticas mais tradicionais
e autenticas e impactantes das culturas nativas do Brasil. A definição usual de
arte plumária diz respeito aos objetos confeccionados com penas e plumas de
aves, muitas vezes associadas a outros materiais.
É uma prática que tem grande antiguidade,
há pinturas rupestres dos século X, que foram primeiramente relatadas por Candido Rondom, encontradas
ao longo do rio Erepecuru próximo as cachoeiras de Armazem, Zoada e Resplendor,
onde pode se ver etnias antigas usando adornos plumários.
Pinturas rupestres dos século X, que foram primeiramente relatadas por Candido Rondom, encontradas ao longo do rio Erepecuru próximo as cachoeiras de Armazem, Zoada e Resplendor, onde pode se ver etnias antigas usando adornos plumários.
Muitas tradições indígenas utilizam a arte
plumária, que se multiplica em originalidade e unicidade pelo numero de etnias
e tribos espalhadas por todo território brasileiro.
Embora cada grupo apresente uma técnica e estilo
específico a tribo dos Urubus-Kaapor é uma das mais evoluídas na arte de
confecção de adornos plumários.
Coifa vegetal Kayapó-Mekranoti (Lori-lori), Diadema Kayapó, Capacete Palikúr e Brincos da etnia Waurá
Nas palavras de Darcy Ribeiro e Bertha
Ribeiro,
"É na plumária que encontramos a
atividade mais eminentemente artística dos nossos índios, aquela em que revelam
os mais elaborados impulsos estéticos e mais vigorosas características de
criação própria e singular. E é natural que assim seja, porque a plumagem dos
pássaros, com sua variedade de formas e riqueza de colorido, constitui o
material mais precioso e mais acabado, por assim dizer, que a natureza oferece
aos índios para se exprimirem artisticamente. o seu maior interesse estético,
por outro lado, está voltado para o embelezamento do próprio corpo. Da
combinação daqueles recursos e desta tendência, resultaria a elaboração de uma
técnica requintada que, associando penas e plumas a diversos outros materiais,
permitiria criar obras de arte capazes de competir em beleza com os mesmos pássaros".
De acordo com a legislação brasileira os
indígenas têm o direito de caçar a fauna silvestre com fins exclusivos de
alimentação e confecção de objetos cerimoniais, mas peças com produtos ou
subprodutos da fauna silvestre, categoria onde entram os objetos plumários, não
podem ser comercializadas. A proibição está em vigor desde 1998, e só abre
exceções para a pesquisa acadêmica e a preservação em museus. Não obstante, o
comércio já atinge grandes proporções e o controle é difícil.Ao mesmo tempo, a
combinação de restrições e propaganda governamental causa uma situação de
paradoxo. Na apresentação do livro Povos Indígenas no Brasil 2001/2005, os
autores disseram:
"Vale destacar a imagem do cocar
Kayapó que aparece na lombada deste volume, confeccionado com a técnica de
praxe, porém com canudinhos de plástico no lugar das tradicionais penas de
arara, papagaio e mutum. Proibidos de comercializar artesanato com
matérias-primas oriundas de animais silvestres, essa recente e criativa solução
Kayapó simboliza a contradição de um país campeão mundial do desmatamento e bem
colocado no topo da lista do tráfico e da extinção de aves, cuja diplomacia
costuma exibir no exterior a arte plumária indígena como símbolo primeiro da
identidade nacional".
Técnicas de confecção
Na produção, geralmente as penas são amarradas umas às outras e muitas delas são associados a outros materiais, tal qual fibras vegetais, madeiras, couro de animais, folhas, taquaras. No tocante à cor, a arte plumária designa uma arte muito colorida, donde várias tribos do Brasil, além de utilizarem as penas nas cores do próprio pássaro, utilizam técnicas de tingimento, conhecida como “tapiragem”, ou seja, a transformação da cor da pena, com o intuito de se aproximar da coloração amarelo-alaranjado.
As muitas formação de amarração - o Molho de penas, amarração de pena com nó simples e a trama de plumas feita pelos talentosíssimos índios Urubus-Ka'apor
De tal modo, eles utilizam essa arte repleta de cores e matizes, sejam com funções socioculturais, baseadas nos momentos ritualísticos e cerimoniais, de forma a indicar a hierarquia social, gênero, idade; ou simplesmente como objetos utilitários (cestos, armas, instrumentos) e de adorno corporal (máscaras, cocares, mantos, colares, coroas, pulseiras, braceletes, brincos, etc.).
A fieira de penas em cordéis horizontais é uma das principais técnicas de amarração de penas. Acima vemos na técnica A, a ponta extrema da pena é encaixada num pequeno talhe em sua própria base; na técnica B, a armação simples, feita com a pena dobrada e amarrada.
Para melhor descrevemos as peças e quais penas são usadas, é importante conhecermos os diferentes formatos de penas que constituem a asa das aves.
Diferentes tipos de penas podem ser encontradas nas asas das aves, aumentando a complexidade dos arranjos. da esquerda para a direita vemos as rémiges primarias, rémiges secundarias, rémiges escapulares, falsas rémiges, tectrizes e bastardas.
Pariko Bororo
Nesses trezentos anos de contato, os
Bororo, por serem um dos povos indígenas vivos mais pesquisados,
Percebe-se então, nesse universo social,
que há dezenas de formas diferentes de manufaturar um Pariko, e neste
comentário abordaremos um Pariko genérico sem associá-lo as metades, clãs ou
sub-clãs. Seguindo novamente as descrições de Dorta (1982).
Um Pariko pode ser dividido em quatro camadas vistas a seguir
1- A primeira camada é composta de penas retrizes de araras
–- podendo também ser inserida retriz de outras aves –- dispostas em
semicirculo decrescente e com as pontas aparadas, onde recebem colagem de
plumas brancas de pato selvagem. Dizem os Bororo que essa distribuição da
armação decrescente das retrizes acompanha a distribuição natural como se
encontram nas aves utilizadas. Alguns Parikos não tem as pontas cortadas e nem
recebem a emplumação.
2 - A segunda camada é composta de penas de
diversas aves, podendo ser retrizes ou tectrizes aparadas nas pontas e
combinadas com outros elementos decorativos como lascas de taquara revestidas
de plumas ou de acúleos de ouriço, estiletes de madeira ou nervuras de buriti.
3- A terceira camada é formada de penas aparadas na sua parte
terminal e recobre os cálamos das outras duas camadas. Alguns Parikos dispensam
esta camada.
4- A última parte a qual denominaremos de suporte-base é
flexível e tem a forma de um arco e é confeccionado com nervuras de babaçu e
revestidas com tiras de folíolo de babaçu.
5- Os cordéis-atilho são manufaturados de
seda de tucum e resinados para maior durabilidade.
Como já foi dito, através de um Pariko,
pode-se identificar o sub-clã, o clã e a metade do seu usuário. Na sociedade
Bororo, essas divisões apropriam de seres espirituais, da fauna, da flora, de
objetos minerais, dos mitos, dos pontos geográficos, de corpos celestes e
chegando até as minúcias do universo existente.
Baseando nas pesquisas realizadas por
Dorta, será feita uma síntese de algumas situações:
•A
construção de um Pariko obedece à forma da flora e fauna aquática, tendo no
peixe pacu um dos modelos, ou como das folhas-do-brejo e de outras folhas
aquáticas. Essa circunstância é identificadora, apesar de não ser a principal.
•Das
três camadas, a pesquisadora salienta que é a segunda camada, por possuir um
maior numero de matéria-prima, que os códigos identificatórios têm mais realce.
•Também
são significativas para a identificação de um Pariko, as cores das penas, suas
distribuições e combinações com outros de seus elementos.
Outro caráter identificador é a colação das
plumas no ápice das tectrizes,devendo observar sua distribuição no seu
perímetro.
Este é um resumo desse magnífico adorno,
que dá ao seu possuidor, status de grandeza, poder e beleza.
Arte plumária Karajá
Para compreender a plumária Karajá é
preciso entender a organização do de sua cosmologia. Existem três mundos
miticos:
O Mundo das Águas, local de origem dos
Karajá, onde está a aldeia dos
Berahatxi Mahãdu povo do fundo das águas peixes (peixe
cuiú-cuiú, pirarucu);
O Mundo da Superfície, que é habitado pelos
Karajá(podem ser tanto animais da floresta - veado, onça, raposa); e,
O Mundo do Céu, que é o nível celeste
alcançado somente pelos xamãs (hari) durante as viagens espirituais e depois da
morte. o plano celeste é governado por Xiburè, é habitado pelos Biuludu
(habitantes do Céu) e dentre estes há os Ijasò do céu..
Para os Karajá não há uma distribuição dos
animais nos planos cosmológicos como nós pensaríamos, os pássaros não estão
sempre ligados ao Mundo do Céu ou os peixes ao Mundo das Águas.
O Urubu-Rei. Portando, não há entre os
Karajá uma relação funcional ou utilitarista de classificação do mundo, como já
alertou Lévi-
Strauss (2010) ao falar do “pensamento
selvagem”. Trata
-se de uma relação complexa entre os níveis
cosmológicos que são mediadospelos xamãs a fim de manter o equilíbrio do cosmo.
A maior parte dos adornos de plumária é
usada pelos mais jovens, a medida que a pessoa envelhece menos ela os usa. Ao
mesmo tempo esses adornos estão, quase que em sua totalidade, relacionados aos
rituais; estão presentes: na “dança dos Aruanã”.
Exemplos da arte plumária Karajá
O Leque de occipício A. conta a historia do
heroi mitico Kanakiwe, que pressionou o Urubu Rei (representado pela harpia), a
presentear sua tribo com tal representação do disco solar.
Feito com penas rêmiges de harpia (Harpya harpya); da garça branca (Casmerodius albus); penas de voo de
arara Canindé (Ara ararauna); retriz de japu (Psarocolius decumanus);
coberteiras de asa, provavelmente de arara-canga.
A estrutura e montada em estilete de estipe
de palmeira de babaçu, penas são coladas com cera de abelha e amarradas a um
suporte grosso de cordel de fios de algodão.
Os Brincos B são de uso masculino,
principalmente em cerimônias, feitos com coberteiras inferiores da asa e plumas
dorsais da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara chloroptera), o
suporte é de pecíolo de tucum.
O leque de occipício C é feito com penas do
de japu (Psarocolius decumanus) e da
arara canga.
A coroa vertical D, usada por mulheres é
adornada com plumas de da arara-canga (ara macao) e da arara-vermelha (Ara
chloroptera).
Existe um universo de culturas dentro do Brasil, que por medo, tédio e/ou preconceito, poucos se atrevem a conhecer. Esse universo é composto por quase um milhão de pessoas, aproximadamente 305 grupos étnicos, falando 274 idiomas diferentes, eles tem sua própria concepção de mundo, religião, conhecimentos únicos de botânica, ecologia e sustentabilidade...
Para eliminar o ‘tédio’, adotei o perfil Tupi-Pop dos meus blogs, resolvi abordar cada etnia por meio de Toy Arts, e tal qual as centenas de Pokemons, personagens de Naruto, etc., as etnias indígenas serão assuntos de fácil entendimento aos *Otakus Tupi-Pop.
Toy Art de grupos étnicos, orixás, lendas e outros brasileiros de Luiz Pagano - a melhor maneira de aprender é se divertir sem estigmatizar o indivíduo (se você quiser saber mais, entre em contato conosco no contato@blemya.com)
Se quiser saber mais sobre cada etnia en toy art isoladamente, as descrevo, uma a uma no blog Indígenas Brasileiros.
A partir do descobrimento do Brasil pelos portugueses, em 1500, os europeus passaram a ter um grande contato com as tribos tupis-guaranis que estavam espalhadas por praticamente toda a costa brasileira. Os tupis-guaranis chamavam os indígenas de fala diversa à sua de Tapuia – que, em sua língua, significava "inimigo". Este vocábulo foi incorporado pelos europeus, que passaram a considerar que, no país, havia apenas duas grandes nações indígenas: a Tupi-Guarani e a Tapuia.
Os Tapuias, considerados pelos europeus como mais primitivos e de catequese e conquista mais difíceis, foram duramente combatidos e exterminados – e muitos dos povos e tribos então existentes desapareceram de forma tão completa que sequer existe registro direto de sua existência.
No século XIX, o cientista alemão Carl Friedrich Philipp Von Martius percorreu grande parte do território brasileiro e propôs uma divisão dos índios brasileiros segundo um critério linguístico. Baseado nesse critério, ele criou o grupo gê, que englobava tribos que falavam línguas semelhantes e que costumavam autodenominar-se utilizando a partícula gê, que significava "pai", "chefe" ou "antepassado"'. Um nome alternativo, segundo o próprio Martius, seria cram, pois, nesse grupo, também era muito utilizada a partícula cran ("filho", "descendente") para a nomeação das tribos. Grande parte das antigas tribos tapuias estava englobada pelo grupo Gê.
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Já no começo do século XX, os antropólogos passaram a rejeitar o nome "Tapuia" e adotaram a denominação de "Gês" para este outro grupo de famílias linguísticas. Em 1953, a Associação Brasileira de Antropologia adotou a forma "Jê" em substituição a "Gê". Com a reforma ortográfica, que preconizava o uso de "j" em vez de "g" para os termos oriundos das línguas indígenas brasileiras, a palavra "Gê" passou a ser grafada "jJê".
Por apresentarem semelhanças nas suas origens é possível classificar os grupos linguísticos e os troncos linguísticos, o linguista Morris Swadesh fez um importante trabalho de classificação que alem da linhagem genética, levava em consideração o método conhecido como glotocronologia, no qual determina-se primeiramente a partir de um vocabulário básico de cem ou duzentos termos comuns, quais são os verdadeiros cognatos, (palavras que se demonstram serem derivadas de uma única palavra ancestral). Uma taxa de 81% de cognatos indica cinco séculos desde que as duas línguas se separaram; 36% indicariam aproximadamente 2.500 anos de separação; 12% uns 5.000 anos.
Infelizmente as línguas nativas de tribos indígenas brasileiras estão entre as mais ameaçadas de extinção no mundo - Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Piratininga era quase sinônimo de falar língua de índio. Somente 2 em cada 5 habitantes da cidade conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal que só mandasse padres que soubessem “a língua geral dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro idioma” siba mais
Por motivos como esses, segundo uma classificação feita pela National Geographic Society e pelo Living Tongues Institute for Endangered Languages. Os idiomas índios estão sendo substituídas pelo espanhol, o português e idiomas indígenas mais fortes na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, nos Andes e na região do Chaco, revelaram os pesquisadores. Por exemplo: menos de 20 pessoas falam Ofaié, e menos de 50 conseguem se expressar em Guató.
Grande maioria dos países foram construídos encima da destruição de povos, o Brasil é um dos poucos que ainda tem a importante chance de resgatar identidade e de aprender com o povo remanescente, dessa forma, conseguimos estabelecer a classificação de 20 grupos étnicos, sendo quatro deles os mais importantes (Tupi, Macro Jê, Aruak e Karib) descritos abaixo:
Grupo Tupi em Toy Art
1 - Grupo Tupi
O termo "tupis" possui dois sentidos: um genérico e outro específico. O sentido genérico do termo remete aos índios que habitavam a costa brasileira no século 16 e que falavam a língua Tupi Antiga. O sentido específico do termo remete aos índios que habitavam a região o litoral brasileiro inclusive a atual cidade de São Vicente, na mesma época, foram os primeiros índios a terem contato com os portugueses que aqui chegaram.
O Grupo Tupi se divide em 10 famílias: Tupi-Guarani, Arikém, Aweti, juruna, Mawé, Puroborá, Mundurukú, Ramarama e Tuparí.
Grupo Macro-Jê em Toy Art
2 - Grupo Macro-Jê
As línguas do tronco macro-jê legaram algumas palavras para a língua portuguesa, embora não de modo tão expressivo quanto as línguas do tronco tupi. Geralmente, são topônimos da Região Sul do Brasil com origem na língua caingangue, como Goioerê, Xanxerê, Erechim, Erebango, Campo Erê, Goioxim, Nonoai etc.
Grupo Aruak em Toy Art
3 – Grupo Aruak
As línguas aruaques, nuaruaques, aruak ou arawak formam uma família de línguas ameríndias da América do Sul e do Mar do Caribe. As línguas aruaques são faladas em grande parte do território das Americas ao sul em direção ao Paraguai e ao norte, em países da costa norte da América do Sul, como o Suriname, a Guiana e a Venezuela.
Segundo o linguista Ayron Rodrigues, essa língua, também conhecida como Lokono, era falada em algumas ilhas antilhanas, como Trinidad. Quando os europeus inciaram sua colonização do Caribe, os Aruák aí dividiam e disputavam o mesmo espaço com os Karib, e foi com uns e outros que aqueles tiveram seus primeiros contatos com a população nativa e com suas línguas. Assim como Karib, o nome Aruák veio a ser usado para designar o conjunto de línguas encontradas no interior do continente e aparentadas à língua Aruák. Ainda segundo esse autor, esse conjunto de línguas foi também chamado de Maipure ou Nu-Aruák e corresponde ao que Carl Friedrich Von Martius há mais de um século chamou de Guck ou Coco.
Grupo Karib em Toy Art
4 - Grupo Karib
As línguas caribes, karib, caribas, caraíbas são uma família linguística indígena da América Central e da América do Sul. Ela está dispersa por todo o norte da América do Sul, desde a foz do Rio Amazonas até os Andes colombianos, mas também aparece no Brasil central. As línguas caribes são relativamente próximas entre si.
Grupo Aikaná em Toy Art
5 – Grupo Aikaná
Os Aicanãs (também conhecidos como Aikanã, Massacá, Massaká, Huari, Corumbiara, Kasupá, Mundé, Tubarão, Winzankyi) são um povo indígena brasileiro. Falam a língua Aicanã. Os aikanã vivem no estado de Rondônia, na bacia do rio Guaporé. Suas três aldeias fazem parte da Terra Indígena Tubarão-Latundê, localizada a 100 quilômetros da fronteira com a Bolívia e a 180 quilômetros da cidade mais próxima, Vilhena.
Grupos Arawá em Toy Art
6 – Grupo Arawá
Os Arawá, (também conhecidos como Arauá, Deni, Jarawara, Kanamanti, Kulina, Paumari, Jamamandi e Zuruahá), são um grupo indígena que habita o sudoeste do estado brasileiro do Amazonas, mais precisamente na "Terra Indígena Deni", situada nos municípios de Itamarati e Tapauá.
Os primeiros contatos dos Arawá com o homem branco provavelmente se deram no final do século XIX ou primeiros anos do século XX.
Os Arawá estão entre os grupos indígenas da região dos rios Juruá e Purus que, na década de 1940, sofreram os impactos do segundo ciclo da borracha, que atraiu milhares de migrantes. Com estes, vieram doenças, violentas disputas territoriais e exploração da mão de obra indígena. Desde então, os Arawá tiveram que esperar décadas até terem seus direitos territoriais assegurados, sendo preciso iniciar uma campanha de autodemarcação das terras, com apoio de algumas Ongs, para então conseguir a demarcação oficial, que só foi concluída em agosto de 2003.
Grupo Guaikurú em Toy Art
7 – Grupo Guaikurú
O termo guaicurus remete aos grupos indígenas cujas línguas pertencem à família lingüística guaicuru. Eram famosos por serem uma tribo guerreira que se utilizavam de cavalos para as caçadas e ataques. Migraram para o território brasileiro, na região dos estados do Mato Grosso do Sul e Goiás, fugindo da colonização na região do norte do Paraguai.
Grupo Iranxe em Toy Art
8 – Grupo Iranxé
Os Iranxe (também são conhecidos como Irantxe), estão localizados em Mato Grosso-MT e segundo dados da FUNASA-2010 sua população é de 379. Manoki é como se autodenominam os índios mais conhecidos como Irantxe, cuja língua não tem proximidade com outras famílias lingüísticas. Sua história, contudo, não é muito diferente da maioria dos índios no Brasil: foram praticamente dizimados em decorrência de massacres e doenças advindas do contato com os brancos. Em meados do século XX, a maior parte dos sobreviventes não viu alternativa senão viver em uma missão jesuítica, responsável por profunda desestruturação sócio-cultural do grupo.
Grupos Jabuti em Toy Art
9 – Grupo Jabuti
Os Jabutis (também são conhecidos como Djeromitxi e Arikapu), são um grupo indígena que habita o sul do estado brasileiro de Rondônia, mais precisamente as Áreas Indígenas Rio Branco, Rio Guaporé e Terra Indígena Jabuti. No passado a tribo foi muito ameaçada pela presença de garimpeiros em sua área original, fato em parte resolvido pela demarcação de suas terras.
A maioria dos falantes da língua jabuti também fala o português e há outros que ainda sabem se comunicar através de outras línguas indígenas.
Grupo Kano em Toy Art
10 – Grupo Kanoê
Os Kanoê (etnônimo brasílico) ou Canoês são um grupo indígena que habita o sul do estado brasileiro de Rondônia, mais precisamente as Terras Indígenas Rio Branco e Rio Guaporé.
Massacre
Em 1985, os Canoês sofreram ataques de fazendeiros em Corumbiara, município que dá nome ao documentário do franco-brasileiro Vincent Carelli. Não se sabe quantos indígenas (entre eles os da etnia akuntsu) foram mortos, mas especula-se que tenha sido usado um trator de esteira, o mesmo que serve para desmatar grandes áreas.
Grupo Katukina em Toy Art
11 – Grupo Katukina
Catuquinas ou Katukinas é uma denominação atribuída a pelo menos três grupos indígenas.
O primeiro deles, da família linguística katukina, os chamados Katukina do Rio Biá, localizados na região do rio Jutaí, no sudoeste do estado do Amazonas, nas Terras Indígenas Paumari do Cuniuá, Paumari do Lago Paricá, Rio Biá e Tapauá.
São também chamados Katukina dois grupos da família linguística pano, localizados no estado do Acre. Mas nenhum desses dois grupos pano reconhece o termo "katukina" como autodenominação. Um deles, localizado nas margens do rio Envira, próximo à cidade de Feijó, autodenomina-se Shanenawa e seria parte de um clã do povo Yawanawá:
"Desde os tempos imemoriais, os Yawanawá, o povo da queixada, ocupam as cabeceiras do rio Gregório, afluente do rio Juruá, geograficamente pertencente ao município de Tarauacá, Acre. Sua população atual é de 636 pessoas e pertence ao tronco linguístico Pano. As famílias estão distribuídas nas comunidades Nova Esperança, Mutum, Escondido, Tibúrcio e Matrinxã. As comunidades são formadas pelas famílias Yawanawá, Arara, Kãmãnawa (povo da onça), Iskunawa (povo do japó), Ushunawa (povo da cor branca), Shanenawa (povo do pássaro azul), Rununawa (povo da cobra) e Kaxinawá (povo do morcego)."
Já o outro grupo, denominado Katukina-Pano, habitante das aldeias localizadas nas margens dos rios Campinas e Gregório, não reconhece qualquer significado no nome "Katukina" na sua língua, mas aceita a denominação. Dizem os seus integrantes que ela foi "dada pelo governo". No entanto, nos últimos anos, jovens lideranças indígenas têm estimulado a consolidação da denominação de Noke Kuin, Noke Kui ou Noke Koi (em português, "gente verdadeira") para o grupo. Internamente, são usadas seis outras autodenominações, que se referem aos seis clãs nos quais o grupo se divide. Observou-se que tais denominações são praticamente idênticas aos nomes de alguns clãs do povo Marubo, com o qual os chamados Katukina-Pano apresentam várias outras semelhanças linguísticas e culturais.
Grupo Koazá em Toy Art
12 – Grupo Kwazá
Os Kwazá (também Coaiá ou Koazá) são um povo ameríndio que habita o sul do estado brasileiro de Rondônia, região onde moravam desde tempo imemorial. Após a abertura da BR-364, nos anos 1960, fazendeiros os expulsaram das terras férteis em que moravam e em 2008 formavam uma sociedade de apenas 40 indivíduos, que viviam na Terra Indígena Tubarão-Latundê, no município de Chupinguaia, junto com os Aikanã e os Latundê. A maioria deles são mestiçados com os Aikanã. Há ainda uma outra família mestiça de Kwazá e Aikanã vivendo na Terra Indígena Kwazá do Rio São Pedro. Falam uma língua isolada que está ameaçada de extinção.
Grupo Makú em Toy Art
13 – Grupo Maku
Os Macus são um grupo indígena brasileiro que se dividem nos subgrupos Dâw, Hupdá, Iuhupde e Nadebe. O termo, contudo, pode remeter ainda a um grupo indígena que habitava o estado brasileiro de Roraima e que se teria fundido com os iecuanas no século XX. Segundo Jorge Pozzobon (1955-2001) é comum na região a distinção entre os chamados "índios do rio", de fala Tukano e Arawak, e os "índios do mato", de fala Maku. Os cerca de três mil Maku (1999) se distribuem num território entre o Brasil e a Colômbia numa área de aproximadamente 20 milhões de hectares, onde se dispersam pelas manchas de floresta, limitada a noroeste pelo rio Guaviare (afluente colombianos do rio Orinoco), ao norte pelo rio Negro, ao sul pelo rio Japurá e a sudeste pelo rio Uneiuxi (afluente brasileiro do Negro).
Grupo Mura em Toy Art
14 – Grupo Mura
Os muras são um grupo indígena brasileiro que habita o centro e o leste do estado do Amazonas, mais precisamente nas áreas indígenas Boa Vista, Capivara, Cuia, Cunha, Gavião, Guapenu, Itaitinga, Lago Aiapoá, Murutinga, Natal/Felicidade, Onça, Padre, Paracuhuba, Recreio/São Félix, São Pedro, Tracajá, Trincheira, Méria, Miratu, Tabocal e Pantaleão.
Grupo Nambikwara em Toy Art
15 – Grupo Nambikwara
Os Nambikwara, também chamados Anunsu, Anunzê, Nanbikuara, Nambikuara, Nambiquara, Nhambikuara ou Nhambiquara, são um povo indígena brasileiro. Estão localizados no oeste do Mato Grosso e em Rondônia.
Em 1999, somavam 1 145 indivíduos. Seus costumes são a caça e a coleta e quase nunca tiveram contato com os não índios até 1965, quando não índios começaram a invadir suas terras para o garimpo e para a extração ilegal de madeira.
Seus subgrupos são os Nambikwara do Campo (Mato Grosso e Rondônia), Nambikwara do Norte (Mato Grosso e Rondônia), Nambikwara do Sararé (Mato Grosso) e Nambikwara do Sul (Mato Grosso).
Sua língua pertence à família Nambikwara.
Grupo Pano em Toy Art
16 – Grupo Pano
Os panos são grupos indígenas cujas línguas pertencem à família linguística Pano. No passado, foram chamados de barbudos.
Segundo alguns linguistas, o termo pano é pejorativo: vem de panobu, que significaria "os chorões", não sendo uma auto-denominação destes povos, mas sim, um heterônimo, dado por povos pertencentes a outras famílias linguísticas.
Os povos pertencentes à família Pano estão localizados no extremo oeste da Amazônia brasileira e na região correspondente ao piemonte andino, no Peru.
Todos os povos cujas denominações são terminados pelo sufixo -nawa, -náua ou -nauá pertencem a este grupo: Kaxinawá, Yawanawá, Shawanawá (ou Shawadawã), Shanenawá, Jaminawá, entre outros. Também pertencem a este grupo os Marubo e Corubo (Vale do Javari) e Shipibo (Juruá-Ucaially peruano). Os Katukina do Acre também falam uma língua da família Pano (não confundir com os Katukina do Amazonas). Aparentemente o sufixo -náua ou -nawa designa "povo" ou "gente", acrescido de um prenome indica a que clã este povo pertence. Ex: Shanenaua (povo do pássaro azul), Yawanawá (povo do queixada), etc. Os povos Pano ou nawa compartilham semelhanças não apenas linguísticas mas também nas músicas tradicionais, nas práticas ritualísticas, nas histórias tradicionais e na pintura corporal, entre outros aspectos de sua cultura.
Toy Art Grupo Trumai
17 – Grupo Trumai
O Trumai é uma língua isolada e realmente comprometida, foi o ultimo grupo a cehgar no Xingú. Existem hoje apenas 30 falantes e as crianças não mais aprendem a língua, preferindo falar o português, embora alguns deles também falem outras línguas xinguanas, como o Kamayará, o Aweti ou o Suyá.
Toy Art Grupo Tikuna
18 – Grupo Tikuna
Os Ticuna (Tikuna, Tukuna ou Magüta) são um povo ameríndio que habita, atualmente, a fronteira entre o Peru e o Brasil e o Trapézio amazônico, na Colômbia. Formam uma sociedade de mais de 50 000 indivíduos, divididos entre Brasil (36 mil), Colômbia (oito mil) e Peru (sete mil), sendo o mais numeroso povo indígena da Amazônia brasileira.
19 – Grupo Tukano
A família lingüística Tukano Oriental engloba pelo menos 16 línguas, dentre as quais o Tukano propriamente dito é a que possui maior número de falantes. Ela é usada não só pelos Tukano, mas também pelos outros grupos do Uaupés brasileiro e em seus afluentes Tiquié e Papuri. Desse modo, o Tukano passou a ser empregado como língua franca, permitindo a comunicação entre povos com línguas paternas bem diferenciadas e, em muitos casos, não compreensíveis entre si.
Em alguns contextos, o Tukano passou a ser mais usado do que as próprias línguas locais. A língua tukano também é dominada pelos Maku, já que precisam dela em suas relações com os índios Tukano. Já as línguas classificadas como tukano ocidentais são faladas por povos que habitam a região fronteiriça entre Colômbia e Equador, como os Siona e os Secoya.
Considerando o significativo número de pessoas da bacia do Uaupés que estão residindo no Rio Negro e nas cidades de São Gabriel e Santa Isabel, estima-se que cerca de 20 mil pessoas falem o Tukano. As outras línguas desta família são faladas por populações menores, predominando em regiões mais limitadas. É o caso dos Kotiria e Kubeo no Alto Uaupés, acima de Iauareté; do Pira-tapuya no Médio Papuri; do Tuyuka e Bará no Alto Tiquié; e do Desana em comunidades localizadas no Tiquié, Papuri e afluentes.
Toy Art Grupo Txapakura
20 – Grupo Txapakura
Os Txapakuras, vieram das regiões de bacias, igarapés, afluentes e cabeceiras de rios localizados no sudoeste da Amazônia. Ocupavam as regiões das bacias do rio laje e as Bacias do rio Ouro Preto, o igarapé da Gruta, o igarapé Santo André e o igarapé rio Negro, as afluente da margem direita do Mamoré de onde veio uma de suas denominações.
Entretanto, até o início do século XX mantiveram-se isolados, possivelmente porque viviam em áreas de acesso difícil ou de pouco interesse econômico. Os Waris, do grupo Txapakuras foram mencionados pela primeira vez na história pelo Coronel Ricardo Franco em 1798, encontrados as margens do rio Pacaás Novos.
Essa situação veio a mudar com o desenvolvimento do processo de vulcanização da borracha, que aconteceu em meados do século XIX, que provocou a busca por essa matéria prima nas florestas, até então muito pouco exploradas.
Toy Art Grupo Yanomami
21 – Grupo Yanomami
Os ianomâmis,Yanomami, Yanoama, Yanomani ou Ianomami são índios caçadores-agricultores que habitam o Brasil e a Venezuela. Compõe-se de quatro subgrupos: Yanomae, Yanõmami, Sanima e Ninam. Cada subgrupo fala uma língua própria: juntas, elas compõe a família linguística ianomâmi. A tribo Ianomâmi é a sétima maior tribo indígena brasileira, com 15 mil pessoas distribuídas em 255 aldeias relacionadas entre si em maior ou menor grau. A noroeste de Roraima, estão situadas 197 aldeias que somam 9 506 pessoas e, a norte do Amazonas, estão situadas 58 aldeias que somam 6 510 pessoas.
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*Otaku (おたく?) é um termo usado no Japão e outros países para designar os fãs de animes e mangás. Entretanto, no Japão, o termo pode ser utilizado para designar um fã de qualquer coisa em um grande excesso.
A palavra otaku em japonês é, originalmente, um tratamento respeitoso na segunda pessoa(お宅? lit. seu lar), ou "vossa casa", uma espécie de pronome do nipônico mais arcaico. Essa referencia surgiu da combinação entre a prosperidade econômica do Japão no pós-guerra, a relação intensa entre consumo e tecnologias midiáticas e o apelo das referências visuais dos mangás (história em quadrinhos) e dos animes (filme de animação).Otaku passou a ser atribuído às pessoas que passavam muito tempo em casa, consumindo tal cultura.
O humorista e cronista Akio Nakamori observou que a palavra era muito utilizada entre fãs de animes e a popularizou por volta de 1989, quando a utilizou em um de seus livros.
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*Otaku (おたく?) é um termo usado no Japão e outros países para designar os fãs de animes e mangás. Entretanto, no Japão, o termo pode ser utilizado para designar um fã de qualquer coisa em um grande excesso.
A palavra otaku em japonês é, originalmente, um tratamento respeitoso na segunda pessoa(お宅? lit. seu lar), ou "vossa casa", uma espécie de pronome do nipônico mais arcaico. Essa referencia surgiu da combinação entre a prosperidade econômica do Japão no pós-guerra, a relação intensa entre consumo e tecnologias midiáticas e o apelo das referências visuais dos mangás (história em quadrinhos) e dos animes (filme de animação).Otaku passou a ser atribuído às pessoas que passavam muito tempo em casa, consumindo tal cultura.
O humorista e cronista Akio Nakamori observou que a palavra era muito utilizada entre fãs de animes e a popularizou por volta de 1989, quando a utilizou em um de seus livros.
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