Os cristais formados nos tachos em fôrmas de metal que tinham o formato de um cone invertido pareciam com a montanha do Rio de Janeiro |
Os Portugueses que chegaram ao Brasil no
século XVI, acreditavam que o morro do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro fosse
uma obra feita pelo homem
Diz a lenda que foi o próprio Padre Anchieta
que colocou o nome no morro de "pão de açúcar" pois parecia com cones
obtidos no refino do açúcar.
A forma de se produzir açúcar durante a
renascença era através da purgação de açúcar ou a antiga maneira de se purgar o
açúcar, isto é, separar os cristais formados do melaço, operação característica
dos antigos engenhos de açúcar. Nos engenhos, essa separação consistia na
colocação da massa cozida obtida nos tachos em fôrmas de metal que tinham o
formato de um cone invertido, com um orifício inferior por onde o mel escoava
por gravidade.
Charles Landseer circa 1827 Pão de Açucar visto da Estrada Silvester |
Para auxiliar a purga era necessário se
manter o açúcar com um grau adequado de umidade, o que se conseguia através da
colocação de uma ou mais camadas de barro, ou mesmo de estrume, na parte
superior da fôrma, que eram cuidadosamente umedecidas a cada cinco ou seis
dias. Essas operações tinham de ser feitas cuidadosamente, pois delas dependia
a qualidade final do açúcar. Uma vez escoado o melaço, após um período que
podia chegar a um mês, dependendo do clima, os cristais de açúcar estavam aglutinados
e eram retirados das fôrmas em blocos que tinham tomado a geometria destas.
Ora, isso guardava semelhança com a produção do pão, que também era assado em
fôrmas, e assim por analogia, passou-se a denominar de "pão de
açúcar" o cone de cristais obtido após a purga.
Philip-Galle-1537 |
Mas os cones não eram homogêneos quanto à
qualidade do açúcar, nem tampouco eram práticos para se embalar e transportar.
Assim, uma vez produzidos, eram quebrados, levando-se em conta as camadas mais
claras e escuras, que correspondiam a um açúcar mais branco na base do cone e
mais escuro em seu ápice. Essa é outra razão para as fôrmas serem cônicas, pois
a região da base do cone, de açúcar mais branco, era bem mais volumosa do que a
do ápice, onde o açúcar era mais escuro. As regiões do cone que tinham o açúcar
mais escuro eram retiradas por intermédio de um facão, em uma operação
denominada de "mascavar" e o açúcar escuro era chamado de
"mascavado", que também significa "quebrado". O bloco
restante de açúcar branco era desfeito com o auxílio de toletes de madeira e
era posteriormente colocado em caixas para seu transporte.
Havia também os açucares especiais, como a
base do cone, que cuidadosamente cortada com a espessura de alguns centímetros,
era embalada em palha ou couro, ou ainda aparada em formato de cubos, com a
finalidade de se presentear. O melaço resultante da purga era enviado novamente
aos tachos, onde durante sua concentração era batido com o auxílio de uma
escumadeira e originava o açúcar "batido", tanto branco como
mascavado. Esse processo é semelhante ao das "batedeiras" das atuais
refinarias de açúcar amorfo. Os métodos descritos foram utilizados por centenas
de anos, desde o advento da produção de açúcar. Com a invenção da
centrifugação, como método de separação dos cristais de açúcar na primeira
metade do século XIX, o sistema de se purgar o açúcar por gravidade
empregando-se fôrmas foi rapidamente abandonado, tornando-se curiosidades do
passado, assim como os vocábulos que se originaram dessas práticas.
eu estudo isso por mim eu avalio como 100 estrelas!!!
ResponderExcluirOlá! Eu estou realizando um projeto para aulas de história e geografia sobre o Engenho dos Erasmos da cidade de Santos e o Pão de Açúcar faz parte deste trabalho. Gostei muito das informações e das imagens, porém não tem referências. É possível colocá-las? Obrigado!!!
ResponderExcluirMuito bom. Vou tirar 10 no trabalho de história
ResponderExcluirMuito interessante. Tinha lido sobre isso no livro Escravidão, no vol 1, mas aqui tem muitos detalhes. Como a origem do nome do açúcar mascavo. Obrigada.
ResponderExcluirMuito loko crazy
ResponderExcluir