O (ficticio) Romildo encostado na sororoca |
Romildo, um engenheiro a serviço de uma companhia petrolífera navegava em um barco que naufragou enquanto investigava o vazamento de contaminantes no rio Solimões, no meio da floresta Amazônica.
Romildo não bebeu água do rio com medo que a água estivesse envenenada, depois de três dias, quando a equipe de resgate chegou percebeu-se que Romildo estava quase morto, apoiado em uma phenakospermum guianensis, vulgarmente conhecida como ‘Sororoca’.
Romildo não fazia a menor idéia que a planta que serviu de abrigo durante todo o tempo que passou sede na quente floresta amazônica era uma perfeita fonte de água limpa. As folhas constituídas por longos pecíolos, dispostos em leque da sororoca acumulam e purificam a água, formando um perfeito filtro e reservatório naturais.
O caso de Romildo ilustra muito bem quais são os mecanismos da ‘Pós-escassez’:
- 1o estagio da ‘pós-escassez’, o básico - Se Romildo tivesse o conhecimento de um mateiro experiente, ele poderia ter sido beneficiado de água, plantas e insetos que estavam ao seu redor e poderia ter saído da situação perfeitamente hidratado e nutrido;
- 2o estagio da ‘pós-escassez’, o estado da arte - Se Romildo tivesse o conhecimento acumulado de um ‘mateiro’ somado ao de um ‘chef de cozinha’ e o de um ‘medico’, ele não só teria comido pratos deliciosos, tais como uma sopa de larvas torradas com tucupi e jambu, como também teria reduzido seu habitualmente alto índice de colesterol;
- 3 ª etapa da "pós-escassez", plenitude de uso - Se Romildo tivesse uma base relativamente perfeita de conhecimento (condição conceitual de plenitude no cenário de pós-escassez), ele teria passado por momentos de deleite e de raro prazer no meio da selva, bem como poderia ter saído de lá milionário. Talvez porque tenha se dedicado a uma rica jazida de ouro, ou por ter estudado o uso de um punhado de plantas nativas combinadas para fazer um composto tônico com o propósito de aumentar a expectativa média de vida da humanidade em 220 anos;
Atualmente, nossa civilização vive num estagio de escassez, (momento anterior ao 1o estagio citado no exemplo acima) onde um grupo de pessoas relativamente pequeno tira proveito de forma inadequada dos recursos que o cercam e a grande maioria se sente prejudicada:
- Um brilhante músico que optou pela vida do crime, pois precisava urgentemente de dinheiro para alimentar sua família, acabou morrendo num confronto policial. Ele não teve condições de aproveitar seu talento potencial por falta do conhecimento e de atitudes apropriadas;
- Uma vitima de câncer morre porque não teve acesso a um remédio feito com as toxinas de um tipo de aranha que habita o jardim da própria casa onde mora;
- Um funcionário dos correios deixa de lançar no mercado um revolucionário software capaz de compartilhar informações sobre as mais novas conquistas da ciência porque sua baixa auto-estima não o permitiu que largasse seu emprego seguro para se dedicar ao projeto;
Estes são exemplos dramáticos de como a era da escassez é prejudicial ao planeta e deve ser imediatamente combatida.
Numa situação de pós-escassez a clássica definição de Economia mudaria de – alocação dos escassos recursos às necessidades ilimitadas – para – uso consciente dos ilimitados recursos para todas as necessidades.
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