Existe um ativo brasileiro inexplorado, com enorme potencial econômico escalável, capaz de se tornar num forte agente econômico, social e estratégico, com poder de enaltecer a cultura brasileira no exterior e ainda promover grande vantagem estratégica na preservação de aldeias indígenas brasileiras e consequentemente, nossos ameaçados biomas – O Cauim.
É importante que se diga que o Cauim, bebida 100% fermentada de mandioca é produzida em grande parte do território brasileiro, pelas mais de 305 etnias restantes e provavelmente por centenas de outras já extintas, milênios antes da chegada dos colonizadores europeus, como parte de rituais que se diferenciam entre as nações indígenas, pertencentes de antigas tradições orais, preservadas por anciões – essa bebida e todo seu contexto cultural/religioso não deve, de forma nenhuma ser reduzida a elemento de comércio, não é disso que estamos falando aqui.
Me refiro a uma bebida produzida comercialmente, cuja a amilase salivar, usada nas aldeias indígenas, fora substituída por processos industriais, frutos do trabalho que venho fazendo, junto a um reduzido grupo de estudiosos – bebida essa que já pesquiso a mais de 10 anos, a qual tenho patente mas ainda carece de classificação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e proponho a deixá-las abertas em bem da causa brasileira, da mesma forma que Santos=Dumont fez, abrindo mão da patente de seus dispositivos de voo, visando a prosperidade e integração dos povos do mundo, numa corrente econômica que chamo de prospenomics.
Uma vez que uma comunidade indígena aceite o projeto, esse agente de transformação, pode unir o povo brasileiro sobe o brinde do raro champanhe da floresta para uma causa fraterna e nobre.
1-O CAUIM
Como saber se essa bebida tem um efetivo fator gerador de prosperidade?
Trabalho no mercado internacional de bebidas já a mais de 20 anos, viajei o mundo promovendo e sabendo como promover as mais diferentes categorias de bebidas, e foi com esse espírito que comecei a me interessar pelo cauim.
Devo dizer que no começo de minhas pesquisas tive grande dificuldade de produzir uma bebida gostosa e de qualidade, mas de 2016 para cá, venho, junto a meu associado, Hildo Sena promovendo degustações e jantares harmonizados com as novas safras e o resultado tem sido surpreendentemente bom.
A qualidade dessa bebida, bem como as mais variadas formas que ela pode se apresentar, tem o potencial de crescer exponencialmente conforme forem aceitos e aprimorados por cada etnia aceitante, acrescida de suas idiossincrasias.
2-OS MOTIVADORES
O CAUIM TEM O POTENCIAL DE SER UM EQUALIZADOR DE FORÇAS NUMA BATALHA A QUAL O MEIO AMBIENTE E AS COMUNIDADES INDÍGENAS VEM PERDENDO DE LAVADA
Vemos que diversas etnias em suas aldeias tem a necessidade cada vez maior de obter recursos monetários, seja pela redução de mata de caça, perda de território fértil ou a degradação da qualidade dos rios. O dinheiro que ganham através da venda de artesanato ou benefícios sociais fornecidos pelo governos, são por muitas vezes, sua única fonte de subsistência.
Bebidas alcoólicas tem potencial de retorno escalável.
No Brasil enfrentamos uma dura realidade, a floresta amazônica, o pantanal, o cerrado, a mata atlântica e outros biomas brasileiros estão sendo dizimados em ritmo alarmante, existem diversas forças que estão agindo livremente e indiscriminadamente.
Essas forças antagônicas são compostas por garimpeiros, grileiros, madeireiros, fazendeiros predatórios e invasores em geral. São agentes motivados, violentos e detentores de recursos financeiro, que lhes permite bancar bons advogados, lobistas, e meios corruptos para perpetuarem suas ações.
Os povos indígenas são os que estão mais expostos a esse pesadelo, e correm risco de serem dizimados impiedosamente, numa batalha desesperadora e quase sem perspectivas de vitorias.
Como muitas aldeias optam pela tradição oral, essas etnias podem desaparecer sem ao menos deixar registro cultural de sua existência.
UMA PERDA CULTURAL INESTIMÁVEL
Não se protege a floresta ou as etnias colocando uma cúpula sobre elas, a idéia é fortalecer essas células de preservação individualmente, através de capacitação intelectual e monetária. A ajuda externa fornecida pela FUNAI, ICMBio, ONGs e outras instituições são dignas de elogio, mas ainda assim insuficientes no atual cenário, o ideal seria ter células de proteção robustas e eficientes em todas as esferas sociais, sem que para isso perca sua essência - o Cauim cumpre perfeitamente essa função.
É muito importante dizer também que esse projeto não tem qualquer viés político, de critica a esse governo ou a governos anteriores – a filosofia prospenômica, mola propulsora desse projeto, entende que devemos confiar a solução de problemas de ordem prática, que afetam a coexistência harmônica do homem junto ao meio ambiente, à ciência e não à política.
3-QAUIS SÃO OS PASSOS SEGUINTES?
A bebida em si já existe e já atende os padrões de qualidade necessários para entrar no mercado, no entanto, para que o projeto decole, atinja plena viabilidade comercial e se torne sustentável precisamos de 3 perfis de stakeholders:
1-Comunidades Indígenas – Além de serem os protagonistas detentores do retorno proveniente da venda das bebidas, poderão ainda optar por expandir elementos de sua cultura através de hábitos de consumo e ações de trade-marketing;
2-Investidores e filantropos – No caso de doadores filantropos, esses poderão ver o fruto de suas doações se multiplicarem, devido ao perfil escalável do projeto. Quanto aos investidores, esse projeto de risco tem o potencial de crescimento tal como outras categorias de bebidas criadas a partir dos anos 80:
– Energy Drinks surgiram com a Red Bul em 1987, tem mercado avaliado em US$53.01 bi e crescimento estimado com um CAGR ( Compound Annual Growth Rate - Taxa de Crescimento Anual Composta) de 7,20%;
– RTD (Read to Drink) bebdias como a Smirnoff Ice, que surgiram no final dos anos 90, com mercado estimado para o ano de 2025 de bi US$25.96, com crescimento estimado de CAGR na casa dos 4,5%;
Essas duas categorias de bebidas foram sugeridas como meros pontos de comparação. O cauim, por se tratar de uma bebida clássica, histórica, com potencial de representatividade, para o Brasil, tal como a tequila representa o México e o saque o Japão, seu comportamento de crescimento real é desconhecido.
3-Profissionais Técnicos – Com a pandemia de Coronavirus o numero de desempregados com aptidões técnicas aumentou enormemente. Uma vez que tenhamos investimento em unidades de produção, logística de distribuição, vendas, marketing, trade-marketing, etc. teremos novas oportunidades de emprego, criando novos postos de trabalho, bem como promoveremos a capacitação da nova geração, com projetos sustentáveis;
4-CUSTOS DE PRODUÇÃO E VIABILIZAÇÃO
Quanto a matéria prima, o único pré-requisito obrigatório é que a mandioca, matéria prima básica, seja produzida em aldeia indígena, com a mandioca plantada em meio a floresta, sem que arvores sejam derrubadas, de forma que não se caracterize como monocultura. A produção deve ser bem pequena, harmônica com a natureza, sem pesticidas, de forma que sua escassez justifique preço premium, tal como acontece com bebidas produzidas na região de Champagne;
A estrutura básica de uma unidade de produção não é diferente das micro cervejarias de fundo de quintal, bastante comum nos últimos anos. Para produção de 100 litros de Cauim precisa-se de panela de cocção, uma dorna de 100 litros e chiller, orçados em aproximadamente R$60.000,00;
Garrafas de vidro deverão ser bem características e retornáveis, a logística reversa será um ponto obrigatório nas plantas de produção.
A princípio teremos uma estrutura de negócios em São Paulo, no primeiro momento, que poderá se expandir para outras regiões do Brasi – no entanto, nada impede que o negocio cresça de forma orgânica, em região diferente, conforme dinâmica e necessidade do investidor / etnias aderentes ao projeto.
UMA CURIOSIDADE IMPORTANTE!
Importante dizer que sou Ominireligioso, acredito em todas as religiões que passo a conhecer, inclusive as cristãs, bem como as de nossos povos ancestrais. Incentivo a livre prática religiosa e sou terminantemente contra a catequização, bem como qualquer outra forma de imposição de fé.
Isso posto, gostaria que soubessem que a primeira vez que obtive sucesso com a sacarificação e fermentação da mandioca, foi num feriado de Nossa Senhora, com minhas experiências em meu estúdio. Depois disso, coincidentemente obtive grandes avanços no projeto nessa mesma data nos anos seguintes, uma delas na unidade da Pernod Ricard de Rezende, próximo ao Santuário de Aparecida.
Fiquei estasiado ao reparar que publico essa postagem hoje, num dia 12 de outubro, sem ter a intenção prévia, nesse sentido, decidi acrescentar a oração da virgem Maria em Tupi-Antigo, conforme tradução do Padre Anchieta, para celebrar a data:
Ave Maria,
graça resé tynysémbae,
nde irúnamo Jandé Jára rekóu;
imombeúkatúpyramo ereikó kuňã suí.
Imombe´úkatúp yrabé nde membyra, Jesús.
Sancta Maria Tupãsy, eTupãmongetá
oré iangaipábae resé, koyr irã,
oré jekyl oré rúmebéno.
Amém.
Que a Virgem Mãe abençoe esse projeto, que tem propósito multicultural, fraterno, inteligente e com o potencial de reverter previsões negativas, prolongando a estadia humana nesse planeta hermético!
Quanto ao Cauim em si, nada está escrito em pedra, por se tratar de um projeto embrionário com objetivos de bem social, o mais importante é que decole e atinja seus vários objetivos prósperos.
Se você tem interesse em viabilizar esse projeto, por favor, procure a mim, Luiz Pagano ou meu sócio, Hildo Sena.
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