Positivismo Brasileiro |
Em 2014 a republica irá completar 125 anos
de idade e as idéias de prosperidade que guiavam nossas esperanças foram
simplesmente esquecidas, Auguste Comte é ocasionalmente mencionado nas escolas,
as obras do filósofo francês são raramente publicadas no Brasil, os poucos exemplares,
quando encontrados nos sebos, são parte de alguma coleção de pensadores do
início da década de 1970.
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Talvez o surto de esperança causada pela
crença nos poderes da ciência em fazer do Brasil uma nação extremamente
avançada tivesse sido um exagero, ou talvez as idéias com implicações
científicas e morais vão de encontro com o desejo egoísta de corrupção de nossa
classe política.
Como Comte dizia “A fim de garantir o
verdadeiro emprego de poder material, devemos imediatamente começar a
respeitá-lo em sua forma geral, salvo em casos excepcionais de fraude”.
A filosofia do positivismo se tornou uma
religião secular no Brasil e até mesmo igrejas foram criadas ,duas delas
existem até os dias de 2014, uma em Porto Alegre e outra no Rio de Janeiro
(vale ressaltar que o templo de Porto Alegre, vem
sofrendo com a evasao de adeptos e conta hoje com pouco mais de trinta
seguidores em todo o estado). A filosofia do
positivismo foi fundamental na propaganda para substituir Dom Pedro II.
O positivismo postula a possibilidade de
sistematização e explicação de todos os fenômenos, matemáticos ou sociais,
estipulando leis constantes fundamentadas na observação.
Jean-Jacques Rousseau é muitas vezes
apontado como o filósofo da Revolução Francesa. Robespierre levou a idéia da
soberania e da virtude radical como o grito de unidade para a revolução. Mas
foi no Brasil, de maneira radicalmente diferente, que a revolução de império
para república, com o positivismo de Auguste Comte parecia ter o potencial de
nos levar a uma posição privilegiada dentre todos os outros países do mundo.
A inscrição "Ordem e Progresso",
sempre em verde, é uma forma abreviada do lema político positivista de Comte: O
Amor por princípio, a Ordem por base; o Progresso por fim (em francês:
"L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but").
Euclides da Cunha, aluno de Benjamin
Constant, declarou: "O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do
que há de mais elevado em política"
“Viver para os outros, a fim de viver de
novo nos outros e por outros”, com essas palavras Comte resume muito de sua
filosofia ao afirmar que quanto mais e melhor fizer por seu sistema, mais será
lembrado e mais influenciará, dessa forma, sua memória ficara viva por mais
tempo na sociedade.
Na Igreja Positivista presta-se culto de
adoração à "Trindade Positivista", que é composta por:
- Nouveau Grand-Être Suprême "Humanidade"
ou "Grande Ser" (entidade coletiva, real e abstrata, formada pelo conjunto
de seres humanos convergentes do passado, do futuro e do presente, que
contribuíram para o progresso da civilização);
- The Grand Fétish "Grande Fetiche" (o
planeta Terra com todos os elementos que o compõe: vegetais, animais, água,
terra etc.) ;
- The Grand Milieu "Grande Meio" – (o
espaço, os astros, o Universo).
Correspondência entre as estrelas e as
unidades da federação
Tudo em nosso símbolos foi baseado em
aspectos lógicos e com propósitos bem definidos, inclusive as estrelas em nossa
bandeira. Cada astro representa as diferentes personalidades dos estados da
federação:
- As estrelas do Cruzeiro do Sul
representam os cinco principais estados de então: São Paulo, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Bahia e Espírito Santo;
- A estrela Espiga, única situada acima da
faixa branca, representa o Estado do Para, talvez porque Belém, capital do
estado, fosse a mais setentrional do país, ou porque o estado do Pará tivesse
sido o último estado da federação a aderir à Independência;
- O Distrito Federal sempre foi
representado pela estrela sigma da constelação do Oitante, também chamada de
Polaris Australis ou Estrela Polar do Sul, Sigma Octantis tem uma posição única
no céu do hemisfério sul, pois os demais astros parecem girar a seu redor.
O Pós-Positivismo – ignorado pelos
brasileiros
Após a Segunda Guerra Mundial o mundo
inteiro se viu aterrorizado com a força e o poder que foram conferidos a alguns
governantes que, a partir do mau uso dos seus cargos representativos, se
valeram da juridicidade oferecida pelo positivismo para a instalação de
governos de opressão e discriminação.
Era impossível continuar com um discurso
jurídico que pregava uma lei rígida, inflexível, altamente coercitiva e
desprovida de carga moral; um Judiciário meramente mecânico e um Legislativo
com total liberdade para “fabricação” daquele tipo de norma.
O pós-positivismo surge numa tentativa de restabelecer
uma relação entre direito e ética, pois busca materializar a relação entre
valores, princípios, regras.
Quando o povo brasileiro percebeu que as
forças que formaram a sua republica cair em descrédito, preferiu simplesmente
negar o positivismo em toda sua essência, ao invés de aceitar apenas os bons
valores da doutrina, ou a adotar o que foi chamado de pós-positivismo.
Para Karl Popper, um dos fundadores da
corrente filosófica do pós-positivismo, o propósito da ciência não é a obtenção
de enunciados absolutamente certos. A conquista da verdade absoluta, a seu ver,
é inatingível.
É assim que nos, brasileiros, devemos rever
as forças que nos levaram a republica. O método cientifico aplicado a
administração publica deve consistir numa busca por uma aproximação constante
da verdade.
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